Através dos esforços de alunos e professores a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) consegue cruzar fronteiras. Entre os dias 8 e 12 de julho, a UCPel será representada numa conferência mundial sobre “Trabalhos Sociais e Desenvolvimento Social: Ações e Impactos”, a ser realizada em Estocolmo, na Suécia. Dois trabalhos orais e um pôster, com participação dos cursos de Serviço Social e Direito e do Programa de Pós-Graduação em Política Social, foram aprovados para participar do evento. Os trabalhos, segundo documento de aprovação enviado pela própria Conferência, foram selecionados dentre mais de dois mil resumos enviados.
Na modalidade pôster, o trabalho de autoria de um grupo de pesquisa do curso de Serviço Social, sob coordenação da professora Cristine Jaques Ribeiro e colaboração das bolsistas Aline Chiesa Gonçalves e Laís de Freitas Oliveira, aborda o tema “Agroecologia: práticas coletivas num assentamento de reforma agrária”. A proposta da pesquisa é conhecer a agroecologia enquanto modo de vida de famílias assentadas, dentro da perspectivas das seis dimensões de sustentabilidade: cultural, política, social, econômica, ecológica e ética.
Realizado há cerca de um ano e já apresentado em diversos congressos da área científica, o trabalho tem foco em dois assentamentos: o Conquista da Liberdade, em Piratini, e o Herdeiros da Luta, em Canguçu, para onde as integrantes se deslocam toda a semana para coletar insumos à pesquisa. Em Canguçu, está voltada a um grupo inserido no assentamento chamado Sepé Tiarajú. Já em Piratini, trabalha junto à Cooperativa de Produção Agropecuária Vista Alegre.
Oralidade
Na modalidade oral, um dos trabalhos aprovados intitula-se “Desastres ambientais, direitos humanos e políticas públicas”, de autoria das professoras do Mestrado em Política Social Vini Rabassa da Silva, Mara Medeiros e Raquel Sparemberger. O trabalho coloca em discussão a urgência de o país evoluir a um Programa de Proteção Civil contra os desastres ambientais, com a implantação de medidas preventivas, identificação de áreas de risco e elaboração de estratégias que possam prevenir danos materiais ou morte de cidadãos. Também salienta que zelar pelos direitos humanos e pelo meio ambiente requer novas políticas públicas de caráter preventivo, e que os profissionais de Serviço Social podem contribuir com metodologias participativas nesse processo.
O outro trabalho aprovado pelas professoras do Mestrado chama-se “Direitos humanos, mudanças climáticas e acesso à justiça”. Uma pesquisa que aborda a problemática das mudanças climáticas e sua influência nos hábitos das pessoas, que muitas vezes precisam abandonar suas casas, suas cidades e, até mesmo seus países para se refugiar. Situação causadora de vulnerabilidade e perda de identidade. Neste contexto, direitos sociais básicos como saúde, educação e trabalho acabam se perdendo. Os pontos que norteiam a pesquisa buscam levantar questionamentos sobre como garantir esses direitos e, consequentemente, o acesso à cidadania. “Esse é um assunto novo. A gente não tem política pública social para isso ainda, embora o problema já exista”, completa a professora Raquel.
