Alinhada ao momento de inovação tecnológica que vive o país, a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) recebeu no dia 10 a visita da coordenadora do Fórum Nacional de Gestores de Inovação e Transferência de Tecnologia (FORTEC), Marli Elizabeth Ritter dos Santos. Na oportunidade, ela proferiu palestra a respeito do crescente cenário brasileiro de fomento a inovações, incluindo a parceria que se fortifica entre Universidades e empresas. A gestão deste processo também foi abordada pela coordenadora, já que a Católica pretende iniciar uma agência de gestão tecnológica.

Sob o título de “A Importância da Inovação e da Transferência de Tecnologia no Ambiente Universitário”, ela tratou dos temas mais relevantes em âmbito nacional a respeito da disseminação da tecnologia nascida nas instituições de ensino superior, e de que forma ela pode chegar ao mercado, como forma de refletir positivamente na sociedade. “A questão toda gira em torno das mudanças que ocorrem no cenário nacional, que vêm em conseqüência da maior valorização da propriedade intelectual”, disse. De acordo com ela, a Universidade gera conhecimento, que as empresas põem em uso. Assim, o contato maior entre estas instituições proporcionaria maior desenvolvimento. “Nesse novo papel da Universidade, ela deve colaborar com a transmissão de conhecimento e inovação. Isto demanda inclusive capacitação para gestão”, afirmou.

Segundo a coordenadora, há uma série de pré-requisitos necessários a esta nova visão, como estrutura, financiamentos, entre outras políticas claras para que as instituições se engajem no processo. De acordo com ela, nos últimos cinco anos foram alavancadas ações para promover a capacitação tecnológica do país, que envolvem as Universidades e legitimam a interação com as empresas. “Temos lei, política e financiamento por meio de 16 fundos setoriais que pressupõem que Universidade e empresas sejam parceiras. Vivemos no país um momento de inovação”, ressaltou.

Para Marli Elizabeth, a proposta traz desafios, como a mudança de cultura tanto nas instituições de ensino como nas indústrias. “Nossa cultura sempre foi a de utilizar tecnologias de fora, mas deve-se abrir espaço para o que é produzido dentro das nossas Universidades”, afirmou. De acordo com ela, a nova proposta traz também oportunidades de parcerias para projetos de pesquisa, prestação de serviços, ampliação de bolsas de estudos e maior contato dos estudantes com o ambiente empresarial no qual irá inserir-se quando deixar os portões da Universidade. “É o que chamamos de jogo de ganha-ganha. Todos se beneficiam com esta relação”, disse.

Para a pró-reitora de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da UCPel, Vini Rabassa da Silva, há disposição da Católica em implantar uma agência de gestão tecnológica. “A presença da professora Elizabeth é de fundamental importância para apresentar os rumos que a Universidade pode trilhar para organizar esta agência”, afirmou.