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UCPel apresenta documentário Olha para Elas em sessão inédita
UCPel apresenta documentário Olha para Elas em sessão inédita imagem divulgação

A Universidade Católica de Pelotas (UCPel) apresenta, no próximo dia 15, o documentário Olha para Elas em sessão inédita que marca a estreia da produção na cidade. O evento acontece a partir das 19h no Auditório Dom Antônio Zattera e contará com a presença de Tatiana Sager e Renato Dornelles — diretora e roteirista desta obra e também da série “Retratos do Cárcere” e do filme “Central - o Poder das Facções no Maior Presídio do Brasil”, sucessos em plataformas de streaming e bilheteria. 

A apresentação é gratuita e aberta ao público. Para participar é necessário a inscrição prévia, realizada através de formulário, bem como a doação de material de higiene pessoal. Os donativos recebidos serão distribuídos entre as seis unidades prisionais da 5ª Região Penitenciária.

O evento é promovido pela UCPel, através do curso de Direito, do Programa de Pós Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH) e pelo Grupo Interdisciplinar de Trabalho e Estudos Criminais-Penitenciários (GITEP). A atividade conta com a parceria do Programa de Pesquisa, Ensino e Extensão em Punição, Controle Social e Direitos Humanos da Universidade Federal de Pelotas (Libertas/UFPel); da Superintendência em Serviços Penitenciários (Susepe/RS) e das produtoras Falange e Panda Filmes.

Olha para elas

O documentário retrata as especificidades da questão de gênero dentro das principais unidades penitenciárias femininas do estado do Rio Grande do Sul. Uma realidade bastante invisibilizada conforme reforça a professora da UCPel Marina Madruga, uma das organizadoras do evento. “É muito importante a aproximação do público com esta questão. Precisamos conversar sobre o tema”, expõe. “O próprio título do filme já traz essa dimensão — precisamos olhar para elas e começar a discutir essas questões de gênero dentro do sistema prisional”, complementa Marina.

A dinâmica do aprisionamento feminino é uma situação que muito se agrava. “Entre 2000 e 2016, o aprisionamento feminino cresceu 656%, enquanto o masculino cresceu 293%, o que já é um percentual excessivamente alto”, discorre a docente e organizadora do evento Christiane Freire.

O Brasil é o país com a terceira maior população feminina encarcerada no mundo, de acordo com um levantamento divulgado em 2022 pelo World Female Imprisonment List. A maioria delas é mãe e mais da metade delas encontra-se apenada por tráfico de drogas, “um crime que está relacionado aos vários fatores de vulnerabilidade social e econômica destas mulheres”, prossegue Christiane. "O encarceramento feminino produz um impacto desastroso nas famílias mais vulneráveis, uma vez que muitas mulheres são mães solos e acaba deixando seus filhos expostos ao abandono, violência e criminalidade”, conclui.

Após a apresentação do documentário, a diretora e o roteirista da produção participarão de uma roda de conversa com os espectadores e organizadores, a fim de debater sobre o as trajetórias das mulheres aprisionadas e o trabalho realizado.


Redação: Caroline Albaini

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