No segundo dia de atividades do 7º Seminário Nacional sobre Linguagens e Ensino (Senale), os debates começaram em torno o ensino de língua(s) na contemporaneidade. A temática foi abordada pela professora Maria Helena de Moura Neves, coordenadora do Grupo de Pesquisa Gramática de usos do português do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Senale é promovido pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e ocorre até sexta-feira (5), no Auditório Dom Antônio Zattera.
Apresentando a palestrante, a coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Letras da UCPel, professora Carmen Matzenauer, teceu elogios à pesquisadora, que vem pela segunda vez à UCPel. “É uma pessoa de nome nacional e internacional, uma das que mais tem contribuído para a descrição e análise do português como linguista e como gramática, com reflexões aprofundadas sobre o português do Brasil”, salientou.
Maria Helena defende que a incursão pela gramática se faça na vivência da linguagem, já que muitas vezes o sujeito não se identifica com a gramática que lhe é apresentada na escola. Há - como comentou citando a palestrante do dia anterior, Eni Orlandi - um vão entre o real da língua e o que o ensino escolar diz que ela é. Apresentando o assunto com textos, anedotas e tiras de quadrinhos, ela levantou provocações sobre a dinâmica do ensino da gramática nos educandários.
Doutora em Letras Clássicas (Grego) pela Universidade de São Paulo e livre-docente (Língua Portuguesa) pela Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho, Maria Helena desenvolve trabalhos na área de Linguística, com ênfase em Teoria e Análise Linguística, especialmente nos temas Gramática de usos do português, Texto e gramática, História da gramática, Descrição da Língua Portuguesa e Funcionalismo. É autora de obras de gramática, normas e usos da língua portuguesa de co-autora de dicionários (incluindo português-grego e português contemporâneo). É membro da equipe que elabora o Grande Dicionário do Português do Brasil. Integra o Conselho Editorial de 18 revistas especializadas e é consultora de seis Fundações de Apoio à Pesquisa.
“Admiro muito como vejo os alunos dessa Universidade e os membros da comunidade acadêmico-científica acompanham as reflexões que se faz sobre linguagem”, elogiou.
Nomes
Na sequência da manhã, a mesa redonda Considerações acerca do ensino: aspectos variacionistas e fonológicos contou com a participação de Dermeval da Hora Oliveira, delegado da Associação de Linguística e Filologia da América Latina (ALFAL) no Brasil e coordenador da Área de Letras e Linguística da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Participaram também Izabel Seara, professora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Gisela Collischonn, professora do Instituto de Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
À tarde, teve lugar a palestra Entre a Modernidade e a Pós-Modernidade: discurso e ensino, com Maria José Coracini, livre docente e professora titular em Linguística Aplicada na Área de Ensino/Aprendizagem de Língua Estrangeira pela Unicamp.
Programação desta sexta-feira (5)
Manhã
8h30min – Palestra: Procesos y prácticas de lectura y escritura académicas: fundamentos e implicaciones pedagógicas
Palestrante: Constanza Padilla de Zérdan (CONICET – Universidad Nacional de Tucumán)
9h30min – Intervalo
10h – Mesa-Redonda: Texto e discurso: questões e perspectivas no ensino
Coordenador: Adail Sobral
Participantes:
José Luiz Fiorin (USP)
Ana Cláudia Lodi
Maria da Glória di Fanti (PUCRS)
11h30min às 13h – Simpósios e Comunicações Individuais
Tarde
14h – Mesa-Redonda: Ensino de Literatura na Contemporaneidade
Coordenação: Eliane Amaral Campello
Participantes:
Luciana Paiva Coronel (FURG)
Tania Ramos (UFSC)
João Luís Ourique (UFPEL)
16h – Intervalo
16h30min – Conferência de Fechamento: Desafios atuais de ensino de língua portuguesa
Conferencista: José Luiz Fiorin (USP)
17h30min às 19h – Simpósios e Comunicações Individuais