Diante do avanço da propaganda eleitoral nas mídias sociais, professores e alunos dos cursos de Publicidade e Propaganda e Jornalismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) e Design Digital e Design Gráfico da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) desenvolveram o projeto Monitor das Eleições - Brasil 2014. Através do site, que foi lançado nesta quinta-feira (21), o projeto busca proporcionar a professores, alunos e à comunidade a chance de observar como a mídia social está sendo utilizada pelos candidatos à presidência durante as eleições de 2014.
O projeto surgiu em 2012, em conjunto entre UCPel e UFPel. Na época, a ideia era usar o aprendizado de sala de aula - em termos de mídias sociais, análise de mídias e design - para realizar o monitoramento das eleições, que naquele ano eram municipais. Com a repercussão do projeto, o envolvimento de outras pessoas e o financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs), o grupo resolveu atuar também nas eleições presidenciais.
A base do projeto são dados públicos, coletados nas páginas oficiais dos candidatos no Twitter e no Facebook, e agregados em gráficos, que são disponibilizados semanalmente. No site, podem ser visualizadas informações como número de seguidores e seguidos, quantidade de tweets e retweets recebidos pelo candidato no Twitter. No Facebook, são coletados dados referentes ao número de curtidas (likes) e de pessoas falando sobre isso (people talking about it) da fanpage, além de compartilhamentos, curtidas e comentários das postagens.
Com esses dados, o projeto pode demonstrar o envolvimento do candidato com o eleitorado no espaço da mídia social, bem como seu engajamento e as repercussões.
De acordo com uma das coordenadoras do projeto, professora Raquel Recuero, a intenção da divulgação desses dados é mostrar informações públicas sintetizadas para que as pessoas possam refletir sobre elas. “Queremos saber como a participação das pessoas impacta nas campanhas eleitorais e que efeitos ela tem”, esclarece Raquel.
Para coletar os dados, o grupo trabalha dividido por funções. “Sempre trabalhamos com equipes de várias universidades. Nesse momento, temos pesquisadores de Londres e de outros lugares, que estão participando mesmo a distância”.
Responsabilidade
O projeto é apartidário. Conforme a coordenadora, não se trata de pesquisa eleitoral. Professores e alunos envolvidos não estão vinculados a nenhum partido e/ou candidato. O site se propõe a ser apenas uma sistematização de dados de forma a gerar um conjunto de informações que permitam acompanhar como se deu o uso das mídias sociais pelos candidatos. Raquel destaca, ainda, que não há previsão se os dados coletados vão se refletir nas pesquisas eleitorais.
Coleta de dados
O Projeto Monitor das Eleições prevê a elaboração de futuras pesquisas e trabalhos acadêmicos com os dados obtidos. Muitos deles não serão divulgados - como os dados dos candidatos a governador - mas ficarão armazenados para possíveis trabalhos acadêmicos. “Temos um outro acompanhamento que é só nosso. No site, disponibilizamos os infográficos e algumas informações básicas”, comenta.
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