O programa de extensão Inserção da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), juntamente com o Núcleo de Economia Solidária (NESIC/UCPel) levou noções de fotografia para artesãs. Desenvolvido com os alunos dos cursos de Comunicação da Católica, o encontro oportunizou a troca de experiências.
A atividade realizada no Círculo Operário de Jaguarão foi o primeiro contato do projeto com as trabalhadoras. O objetivo da ação foi coletar informações e verificar as demandas do grupo de 14 artesãs vinculadas à Casa da Economia Solidária.
O cronograma do programa Inserção ainda prevê atividades em Rio Grande, Pelotas, São Lourenço do Sul e Piratini. Após todas as ações será construído um catálogo digital dos artesãos da Zona Sul. A previsão de lançamento do material é agosto deste ano.
Segundo o integrante do Nesic e docente do Programa de Pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH/UCPel) Tiago Nunes, a atividade surgiu a partir da demanda do grupo de artesãs que, em virtude da pandemia, precisou adaptar a comercialização de seus produtos. “É um impulso fundamental. Entramos em um mundo que também é virtual e não vamos voltar atrás. Essa atividade demarca o papel social da universidade, comprometida com a transformação e com a mudança”, destaca.
Para o coordenador do programa Inserção e professor da Católica de Pelotas, Daniel Botelho, a ação proporcionou o diálogo e a vivência a partir da realidade do local. "Às vezes pensamos que na extensão nós da academia vamos chegar e dizer o que fazer, e o exercício hoje foi bem diferente. Ouvimos para, a partir daí, construir algo com eles. Na relação que se dá com a comunidade todos ganham, todos aprendem”, ressalta.
Durante o encontro, o acadêmico do curso de Publicidade e Propaganda, Gabriel Feijó, ministrou uma oficina sobre técnicas de fotografia para que as artesãs possam divulgar seus trabalhos. “Foi uma experiência nova, adquiri bastante conhecimento delas em relação ao artesanato, além de mostrar que a fotografia não é nenhum bicho de sete cabeças”. conta Feijó.
Para a aluna do sétimo semestre de Jornalismo, Carolina Pereira, além de aprender um pouco mais sobre o artesanato, foi possível identificar as possibilidades de atuação do curso dentro desta área. “Eu como comunicadora que quero ser, ouvir histórias é fundamental e é muito importante podermos abrir os horizontes para ajudar e ser ajudado”, finaliza.
Segundo a coordenadora dos cursos de Comunicação da UCPel Cristina Porciúncula, a possibilidade dos alunos estarem integrados a um programa de extensão fortalece a conexão entre a teoria e a prática. “A partir deste momento eles conseguiram entender a realidade dos artesãos e perceber quais suas necessidades e os espaços em que o profissional de comunicação poderá contribuir com a comunidade, dando voz para ela”, conta.
A artesã Yasmim Centena participou das atividades e contou que seu objetivo é aprender como aumentar a visibilidade de seus produtos. “Durante a pandemia, ficamos dois anos com a casa fechada, então as redes sociais nos ajudaram muito a comercializar nosso trabalho. Porém, muitas de nós não sabem como trabalhar com redes sociais e isso está nos ajudando bastante”, explica.
A falta de experiência na divulgação dos itens também é ressaltada pela artesã Roseli Calvetti. “Nós trabalhamos muito com sentimento, com romantismo, mas não trabalhamos com esse olhar para comercialização, para mostrar nossos produtos. É essencial a vinda dos estudantes aqui para dar esse suporte, com a técnica que não temos”, finaliza.
A atividade ocorreu no último domingo (29).
Redação: Kauã Blank