A revista Época, de 14 de março, contou com o estudo da professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Raquel Recuero e da egressa do curso de Comunicação Social Gabriela Zago como fonte para a abordagem de sua manchete de capa, relacionada à expansão do serviço de mensagens rápidas Twitter. O trabalho de Raquel e Gabriela – que enfoca a participação do Brasil nessa ferramenta tecnológica de interação social adotada por 6 milhões de pessoas no mundo todo - também serviu de pano de fundo para reportagens no jornal Estado de São Paulo e na edição da revista Veja que chega às bancas na próxima semana.

Assim como os torpedos enviados por telefone celular, as mensagens do Twitter devem ter, no máximo, 140 caracteres e foram criadas, inicialmente, para que, via internet, cada um contasse aos seus seguidores (os contatos) o que estava fazendo no momento. As mensagens com dados sobre o que cada um comia no almoço ou com quem cruzava no caminho para o trabalho podem parecer nada atraentes. Entretanto, de 2006 (ano de lançamento do serviço) para cá, as coisas evoluíram e, agora, muitos dos usuários querem mais que saber do cotidiano alheio, desejam informação noticiosa.

Após pesquisarem a rotina de 900 twitteiros brasileiros, Raquel e Gabriela chegaram à conclusão de que, para grande parte deles, o sistema é mais que uma alternativa de interação: é uma ferramenta valorizada pela qualidade e instantaneidade de suas informações. “Um dos usos mais destacados é aquele onde os atores escolhem seguir não apenas os amigos, mas aqueles outros twitters que podem trazer informações relevantes a respeito de assuntos de seu interesse”, explicou a professora. “Assim, a informação é especializada e de nicho, no sentido de que há uma busca pelas fontes que possam trazer informações novas e de alta credibilidade para a rede social”.

Outro dado apurado é que 88% desses usuários costuma passar adiante as informações que adquirem para outras redes sociais, tornando o Twitter uma espécie de fonte de influência. 79% dos entrevistados para o trabalho disseram, inclusive, ter tido conhecimento das notícias primeiro pelo Twitter. E não somente isto. Até a própria imprensa já se beneficiou da rapidez do serviço. Em janeiro desse ano, na ocasião do pouso forçado de um avião no meio do Rio Hudson, em Nova Iorque, por exemplo, os primeiros dados vieram por intermédio dos twitteiros de plantão. “Ou seja, é o primeiro site de rede social onde a informação é tão valorizada quanto seu aspecto social, diferentemente de sites como o Facebook e o Orkut. Por isso seu potencial para a mídia é tão relevante”, finalizou Raquel.

Professora da UCPel foi fonte para a publicação