A compilação da análise de jornais oriundos dos 14 países que compõem o Mercado Comum do Sul é a base da obra “Mercosul – Sob os Olhos do Mundo no Jornal Impresso”. O livro, lançado nesta quinta-feira (13), durante o 13º Colóquio Internacional para o Desenvolvimento Regional (Regiocom), tem como autores um pesquisador de cada nação que integra o bloco. O representante do Brasil no trabalho foi o coordenador local do colóquio e professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Antônio Heberlê.

Num período de aproximadamente um mês, foram reunidas notícias publicadas em jornais de grande circulação nos países do Mercosul - como “O Clarin”, da Argentina, “El Pais”, do Uruguai, e “O Estado de S. Paulo”, do Brasil -, com o propósito de apurar como o grupo é mostrado ao público leitor destes países. “Queríamos medir a possibilidade de comunicação e o espaço de diálogo que a mídia impressa fornece incluindo o Mercosul em sua agenda temática”, explicou a diretora suplente da Cátedra UNESCO/Metodista de Comunicação, Maria Cristina Gobbi.

Dentre os aspectos constatados está o fato de que somente 1,88% da mancha impressa destes jornais é dedicada ao bloco. Em linhas gerais, o assunto que preenche este espaço prioriza procedimentos comerciais, financeiros e econômicos, deixando em segundo plano questões socioculturais e manifestações da sociedade civil em relação ao processo de integração. “A economia é o que é notícia, o que centraliza as atenções”, sintetizou Maria Cristina. “Infelizmente, as reportagens não atendem as reivindicações da rede, pois não transmitem ao público leitor a imagem correta do Mercosul”.

Para Heberlê, a participação da UCPel na pesquisa é bastante representativa. “Este fato nos deixa muito gratificados, porque mostra que os professores e alunos da Universidade Católica são capazes de fazer um trabalho que servirá de referência para o Brasil inteiro”, afirmou.