O conteúdo bem elaborado, expondo a problemática da violência doméstica, colocado para a plateia com recursos audiovisuais e explanação em espanhol rendeu a um grupo de estudantes do curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) uma distinção entre 39 universidades da América do Sul. Os acadêmicos conquistaram o prêmio de melhor apresentação nas 10ª Jornadas Interuniversitárias de Direitos Constitucionais e Direitos Humanos, evento que ocorreu em Montevidéu, no Uruguai. Na manhã desta quarta-feira (26), os cinco alunos entregaram o certificado da premiação ao reitor José Carlos Bachettini Júnior.
Bruna Alt, Lúcia Malcon, Thaís Ferreira e Aline Iribarrem, todas do décimo semestre, e Paulo Ribeiro, do quinto, foram acompanhados pelo professor Samuel Chapper. Todos integram do Núcleo de Estudos em Direito Constitucional e Direitos Humanos da UCPel, coordenado pelo docente.
O reitor cumprimentou os estudantes, para quem disse que o prêmio é uma manifestação da qualidade do curso. “Ratifica o processo qualitativo de interação entre professor e aluno”, afirmou.
De acordo com Chapper, é a quinta vez que o curso de Direito da UCPel é premiado no evento, que frequenta há sete edições. “Nesse encontro, os alunos são os protagonistas. É uma experiência rica e gratificante, e o prêmio é um reconhecimento”, comentou.
Marcado na história
A pró-reitora acadêmica, professora Patrícia Giusti, disse que a Universidade diferencia-se ao proporcionar outras vivências além da sala de aula. “Uma oportunidade como essa marca a história profissional desses alunos”, resumiu.
Com o título Violência contra a mulher: a decisão da Corte Interamericana de Direitos Humanos e seu viés propulsor de políticas públicas, o grupo chamou a atenção da plateia ao apresentar imagens de mulheres que sofreram com o problema, como a própria precursora da Lei Maria da Penha. A discussão girou em torno do caso, tratando da importância dos mecanismos trazidos pela Lei e a situação atual das políticas públicas em relação à violência doméstica.
Para os estudantes, apesar de existirem, as políticas públicas ainda não são como deveriam. “Ao fim do trabalho, acrescentamos que os dados ainda são estarrecedores”, explicou Aline.
Para Paulo, o único do grupo que não está às vésperas da formatura, a participação foi um momento ímpar para entender o funcionamento de um trabalho científico e a didática de apresentação. Começou bem, já no grupo premiado. “Foi uma experiência incrível”, disse.
Participaram do evento também os estudantes Diego Viegas, Sérgio Garbelotto e Leonardo Prestes, que levaram às Jornadas uma abordagem crítica sobre a necessidade de criação de uma comissão para apurar os crimes cometidos na época da ditadura militar. O encontro ocorreu de 12 a 15 de setembro.