A Universidade Católica de Pelotas (UCPel), comunica com imenso pesar o falecimento do ex-professor do curso de Medicina, Giovanni Baruffa, aos 94 anos. O velório ocorre nesta quinta-feira (13), na sala 4, do Cemitério São Francisco de Paula, das 11h30min às 14h30min.
Baruffa, italiano de nascença, formado pela Universidade de Pádua, foi um dos precursores do curso de Medicina da Católica. O médico também se destacou na comunidade científica ao concluir, depois de cinco anos de pesquisas, que a região sul do Estado era, na época, um dos maiores focos da Doença de Chagas no Brasil.
O médico iniciou a carreira em uma missão humanitária na Somália (África), onde ficou por cerca de 10 anos. Antes mesmo de retornar do continente africano recebeu o convite do então bispo de Pelotas e fundador da UCPel, Dom Antônio Zattera, para deixar a terra natal e ser docente no sul do Brasil. Em 1964 Baruffa se tornou um dos primeiros professores do curso de Medicina da Católica. No livro “Vida de Médico, Vida Minha”, o ex-professor lembra como respondeu ao chamado de Dom Antônio: “O fato de que o pedido viesse de um bispo de origem italiana, fundador de uma Universidade Católica, tinha peso que não podia ser desprezado”.
Baruffa foi docente da UCPel por 30 anos, tendo feito parte do grupo de professores citados no documento de aprovação do curso de Medicina pelo Ministério da Educação, em 1968. Até os dias atuais é considerado um dos “pilares” da Medicina da Católica, como destaca a coordenadora da graduação, professora Regina Bosenbecker da Silveira. “Ele abriu portas aos nossos alunos Brasil afora, pelo reconhecimento que tinha. Tenho orgulho de que este emérito professor tenha feito a sua escolha por nós”.
Além de formar centenas de médicos, Giovanni Baruffa também foi professor dos cursos de Filosofia e Serviço Social.
Admirado pelos alunos e colegas, o médico italiano, foi titular de várias disciplinas na Medicina, além de ser lembrado como um cientista “revolucionário”. Nas aulas práticas junto aos alunos, ainda na Santa Casa de Pelotas, iniciou a pesquisa sobre a Doença de Chagas. O médico e ex-professor da Católica, Moacir Jardim, lembra que ao provar a existência de casos da doença, Baruffa se tornou responsável por uma das mais importantes investigações científicas feitas no Rio Grande do Sul sobre a Doença de Chagas. “O legado dele para o curso de Medicina foi como pesquisador. Foi um grande cientista com quem tive o prazer de conviver”, recorda Jardim ao lamentar o falecimento do parceiro de uma década de docência na UCPel.
Redação: Alessandra Senna