O objetivo é divulgar a área das Engenharias como opção real de carreira profissional ao público que mais tem dúvidas acerca do seu futuro: os estudantes do Ensino Médio. O projeto intitulado Promoção da Engenharia Elétrica foi aprovado pela Financiadora de Estudos e Projetos do Ministério da Ciência e Tecnologia (Finep), e é uma execução conjunta da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) com escolas de Ensino Médio. O projeto tem inicialmente como parceiros os colégios São José, Cassiano do Nascimento, Pelotense e Instituto Estadual de Educação Assis Brasil. A Financiadora investirá mais de R$ 367 mil no programa cujo início acompanha a volta às aulas neste primeiro semestre de 2008.
A promoção foi desenvolvida para atender à iniciativa do Ministério da Educação (MEC) em aperfeiçoar ações que visam suprir a falta de profissionais nas Engenharias. “A proposta foi lançada pelo Governo, por meio de edital, para que as universidades criassem estudos que valorizassem esta área e integrassem o Ensino Médio com o Ensino Superior”, explicou o diretor da Escola de Engenharia e Arquitetura, professor Paulo Cabana Guterres.
O programa inclui a realização de workshops multidisciplinares, viagens técnicas, torneios promocionais, palestras, debates, entre outras atividades voltadas para as disciplinas de Física e Matemática, com base no aperfeiçoamento do estudo da área tecnológica. Os alunos e professores do Ensino Médio também terão aulas práticas ministradas por acadêmicos e docentes dos cursos das Engenharias Elétrica, Civil e Eletrônica da Católica em laboratórios construídos e equipados especialmente para a execução do projeto. “Esta oportunidade marca um momento muito especial e válido, porque desmistifica a idéia de que estudar Ciências Exatas é um ‘bicho-papão’”, comentou Guterres.
De acordo com o coordenador geral, professor Carlos Richter, o projeto atenderá as três séries do Ensino Médio. Entretanto, é o segundo ano que deverá receber mais atenção. “Como o trabalho terá a duração de dois anos, automaticamente acompanharemos melhor os alunos que hoje estão no segundo ano até o momento em que prestarem vestibular”, explicou.
Estatísticas comprovam déficit de profissionais
A ação governamental que impulsionou o MEC a estabelecer uma política de promoção das Engenharias em todo o Brasil tem base estatística, principalmente nas regiões do Sul e do Sudeste. Nestas localidades o profissional engenheiro torna-se ainda mais requisitado, uma vez que a intensidade econômica é maior. Dados do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) mostram que faltam de 40 mil a 50 mil engenheiros no país. Para diminuir este déficit, segundo a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o número de formandos na área deveria, no mínimo, dobrar: de 20 mil para 40 mil a cada ano.
