A pesquisa sobre o exame que detecta a prevalência de estreptococos do grupo B em gestantes ficou em primeiro lugar na categoria Análises Clínicas da Jornada de Estudos Farmacêuticos, promovida pelo Conselho Regional de Farmácia (CRF/RS), nos dias 12 e 13 de setembro. Coordenado pela professora do curso de Farmácia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Cristina Damé Fabião, o estudo aborda a incidência deste microorganismo que, mesmo sem causar danos à saúde da mulher, pode desenvolver quadros graves de infecção nos recém-nascidos. Em Pelotas, o Laboratório Escola de Análises Clínicas (Leac/UCPel) é o único local que disponibiliza o serviço via Sistema Único de Saúde (SUS).
Embora esteja em fase inicial, a pesquisa já apresenta dados importantes sobre o desenvolvimento dos estreptococos durante a gravidez. Um destes dados é o que aponta a ocorrência da bactéria em quase 14% das 72 pacientes que, no terceiro trimestre gestacional, participaram da coleta de material para a pesquisa. “O índice que encontramos é, praticamente, o mesmo detectado em outras regiões do Brasil”, explicou a aluna Fernanda Paludo. Ela e os colegas do curso de Farmácia da Universidade, Rodrigo Rodrigues e Liziane Beckenkamp, são estagiários voluntários no projeto de Cristina.
A importância do estudo premiado pelo CRF está na possibilidade de prevenir os bebês de quadros como meningite, pneumonia e septicemia (infecção que atinge o sangue e rapidamente multiplica bactérias por todo o organismo, podendo levar à morte). Na grande maioria dos casos, os estreptococos alojam-se no trato gastrointestinal da mãe e, a partir daí, colonizam o trato genital. Cerca de 10 a 40% das mulheres grávidas são colonizadas na vagina ou no reto.
A ocorrência de estreptococos nas gestações também pode gerar aborto espontâneo, caso haja infecção do organismo materno. “Em prematuros, o risco é maior. Porém, se for feito o exame e o médico descobrir que há esta bactéria, na hora do parto é aplicado um tratamento à base de antibióticos que bloqueiam o problema”, explicou Cristina.
Benefício para a populaçãoCom o andamento da pesquisa, o exame é oferecido a mulheres com 35 a 37 semanas de gestação atendidas nos ambulatórios de pré-natal do Campus Franklin Olivé Leite e nas Unidades Básicas de Saúde dos bairros Pestano, Fátima e Santa Terezinha. O Leac realiza o procedimento em parceria com o Mestrado de Saúde e Comportamento da Católica.
Interessadas em participar do projeto devem ligar para o telefone (53)2128.8031, de segundas a sextas-feiras, das 8h às 11h30min. A expectativa da equipe é que, mesmo após a conclusão do estudo, o serviço continue a ser oferecido à comunidade no Laboratório da Universidade.
