Um trabalho na área de Organização, Sistemas e Métodos (OSM) no curso de Administração da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), em 2000, levou a então aluna Rosana Quintian Valente ao mundo do cinema. Hoje, ela trabalha em Portugal como diretora de produção, figuração e elenco secundário, e leva na bagagem oito novelas e uma mini-série.

Foi no estágio supervisionado, no penúltimo semestre de seu curso, que Rosana adentrou na área do cinema. A então aluna de Administração aplicou os conceitos da disciplina de OSM no ambiente audiovisual, no longa-metragem “Concerto Campestre”, de Henrique Freitas Lima, produzido pela empresa cinematográfica Pampeana e gravado em Pelotas. A experiência rendeu a Rosana a oportunidade de exercer o posto de Controller Financeiro da fase de pré-produção do filme, quando gerenciou R$ 1.500.000, representando 1/3 do orçamento. “Meu ingresso na carreira de produção áudio-visual deu-se por ter tido a oportunidade de realizar o estágio num longa-metragem. Sempre estive envolvida no meio cultural”, disse.

De acordo com ela, depois de “Concerto Campestre” seu currículo ficou enriquecido com a experiência do cinema. O estágio no filme foi a alavanca para investir na área. “Depois, tudo foi uma seqüência de bons contatos e oportunidades bem aproveitadas”, afirmou.

Um complemento no currículo se deu quando, ao concluir o curso, Rosana ingressou no Núcleo de Extensão Empresarial, unidade sediada na Católica, com a chancela da Secretaria do Desenvolvimento e Assuntos Internacionais (SEDAI) do Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Na ocasião, a administradora realizou consultoria com cerca de 80 empresas da região sul durante dois anos.

No término do contrato, ela buscou abrir o primeiro negócio, quando surgiu a Torena Produções, produtora que reuniu grandes nomes da música nativista do estado, como Roberto Luçardo, César Oliveira e Rogério Melo, Fabiano Bacchieri, Jari Terres, Joca Martins, Luiz Marenco, entre outros.

Produção
Em Lisboa desde 2005, Rosana ingressou na maior empresa de produção de ficção nacional em Portugal, a NBP – Produção de Vídeo. A partir de então, a ex-aluna da Católica somou na bagagem oito novelas, incluindo “Paixões Proibidas”, em parceria com a Band do Brasil. Nestas produções, a administradora atuou com a implantação de metodologia de formação dos núcleos das novelas baseadas nas sinopses de projetos.

O sucesso cresceu, e a profissional recebeu convite para ser diretora de produção em uma mini-série, elaborada para a Rede Record Europa. Na oportunidade, ela também dirigiu a produção de uma peça de teatro com elenco de renome em Portugal.

Em julho do ano passado, Rosana realizou seu primeiro longa-metragem na Europa, e o segundo da carreira: “Corrupção”. O filme conta uma história de amor e corrupção no futebol português, e já bateu todos os recordes de bilheteria na história do cinema do país. Na produção, ela atuou como diretora de figuração e elenco secundário, quando dirigiu um casting de mais de 500 pessoas, entre atores e figurantes. Além disso, também estão no seu currículo a realização de sete filmes publicitários e um vídeo-clip. “Minha entrada na televisão portuguesa deu-se através de um amigo que me orientou neste trajeto. Agarrei com força e convicção das minhas competências profissionais, e o resultado foi esse”, explica.

Aprendizagem que rendeu cinema
Para Rosana, o curso superior de Administração realizado na UCPel foi seu maior investimento em nível profissional e pessoal. “Graças ao curso passei de mera espectadora à produtora. Não tenho dúvidas que este investimento me deu ótimos resultados: colho os frutos com muito gosto, vejo o reconhecimento em cada trabalho, em cada novela, em cada filme”, avaliou.

Projetos
O próximo desafio da administradora será um novo longa-metragem, que hoje está em fase de pré-produção. Rosana já realizou teste com meninos entre seis e dez anos para formarem o núcleo infantil do projeto “O Selo”, de Jorge Felner.