Com o foco no respeito aos direitos humanos, o curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) está propiciando aos seus acadêmicos um importante espaço de reflexão sobre as questões culturais, sociais, políticas e econômicas que envolvem os processos migratórios, sobretudo no Brasil. O Grupo de Estudos coordenado pelas professoras Ana Paula Dittgen e Anelize Corrêa reúne aproximadamente 30 acadêmicos bastante motivados para discutir as inúmeras questões que envolvem os processos migratórios.
Toda segunda-feira, às 17h30min, na sala 302, do Prédio Santa Margarida, acadêmicos do 3° ao 9° semestre trocam ideias sobre o impacto dos fluxos migratórios. Em debate, o papel do Estado na solução dos problemas decorrentes da má gestão desse processo e as possíveis alternativas do governo para assegurar os direitos do cidadão.
“É uma boa oportunidade para aprofundar o conhecimento em torno desse assunto, que é considerado um dos grandes problemas sociais na atualidade”, constata a acadêmica do 4° semestre do curso de Direito, Jiulia Estela Heling. Acompanhada de um grupo atento e interessado, a estudante da UCPel vê no Grupo de Estudo um ambiente propício para desenvolver pesquisas relacionadas ao tema, tendo a oportunidade de, no futuro, participar de congressos científicos da área.
“O impacto das políticas migratórias traz, em sua esteira, uma série de discussões nem sempre tratadas da forma mais adequada pelo Estado”, avalia uma das coordenadoras do Grupo, professora Ana Paula Dittgen. Ela se refere aos casos de violência, desrespeito, exclusão e restrição aos quais muitos imigrantes são submetidos ao buscar, em outro país, melhores condições de vida.
“No Brasil, foco central do nosso Grupo de Estudos, é sintomática a situação dos haitianos que migraram para estados do Norte do país”, exemplifica a docente da UCPel. Uma denúncia recente revelou o descaso das autoridades em relação às transgressões aos direitos trabalhistas a que estes imigrantes foram submetidos. Ana Paula lembra, ainda, que, na cidade vizinha de Rio Grande, “pessoas do mundo inteiro estão rumando para o município em busca de trabalho, mas não existem equipes especializadas para lidar com esse pessoal”.
Essas - e muitas outras questões - estão sendo aprofundadas, toda semana, junto aos acadêmicos do curso de Direito, propiciando uma visão ampla dos acontecimentos em questão.