Estudante de Direito é um dos únicos do Brasil a participar do texto da Reforma Política
Ele faz parte de um seleto grupo no país. Lucas Machado Fagundes, aluno do oitavo semestre do curso de Direito da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), é um dos sete universitários do Brasil inteiro – e o único gaúcho – que farão parte da comissão que irá construir o texto normativo da Reforma Política, em Brasília.
Foi quase sem querer, num click, que o estudante ganhou passagem para ser sujeito de uma ação que influenciará a trajetória da democracia brasileira. Ao buscar informações na página eletrônica do Ministério da Justiça, um link chamou a atenção do estudante. Convocava os interessados para a seleção. Era o último dia de prazo. Fagundes apostou. Deu certo.
Entre os dias 1º e 20 de dezembro, o aluno estará reunido com os demais selecionados, que vêm de Santa Catarina, São Paulo, Distrito Federal e Rio de Janeiro, para atividades que vão desde pesquisa e acompanhamento de tramitações a reuniões com assessorias de parlamentares. “Vamos conhecer toda a rotina de atividades do Ministério da Justiça, fazer contatos, ver novas perspectivas do Direito e conhecer linhas de incentivo do poder executivo e, quem sabe, trazê-las para cá”, adiantou Fagundes.
Além da participação, o estudante espera representar a UCPel e suscitar em outros alunos não só a idéia de procurar oportunidades do gênero, mas de se dedicarem à produção científica. “Foi isso que engrandeceu meu currículo e me fez estar entre os selecionados. A Católica é de ponta do estudo dos avanços do Direito”, salientou ele, que sempre teve interesse na área de Direito Político.
Uma oportunidade ímpar, é como classifica a seleção. “Possibilita um olhar mais amplo do Direito. A reforma política é importante para a sociedade. Vou participar de um projeto e atuar com aqueles que são precursores da história democrática do país”, finalizou.
Para o coordenador do curso de Direito da Católica, professor Ernani Schmidt, o sucesso de Fagundes é uma conquista do curso inteiro. “A seleção dele coroa a atitude crítica e densa do curso ao longo dos últimos anos, de atenção especial ao direito público e contemporâneo. Incentivamos os alunos a abrir os horizontes intelectuais e o Lucas, como aluno, vivencia diariamente o curso”, destacou.
Reforma
A proposta de Reforma Política elaborada pelo Executivo gravita em torno de três eixos principais: a adoção de lista partidária fechada e bloqueada; o financiamento de campanhas e o modelo de fidelidade dos partidos com base no que já foi estabelecido pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O objetivo é combater a corrupção, o clientelismo e o paternalismo, além de promover a isonomia nas campanhas eleitorais, reduzir os custos dessas campanhas, reforçar os partidos políticos que efetivamente representam a população e garantir a soberania do Congresso Nacional na condução da proposta. O texto deve ser enviado ao Congresso Nacional nos próximos dois meses.