A partir do mês de outubro, todos os carros de passeio que saírem de fábrica terão de vir com selo ambiental, uma espécie de etiqueta informativa sobre a emissão de poluentes pelo veículo. A medida foi anunciada pelo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, na quarta-feira (16). Para o coordenador do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), José Antônio Weykamp da Cruz, a proposta ataca a base do problema de poluição ambiental, mas será totalmente válida apenas se vier acompanhada de um efetivo processo de fiscalização.
“Qualquer medida restritiva a atividades poluidoras em veículos automotores é bem-vinda. Ainda mais num país como o nosso, que, historicamente, enfrenta dificuldades de pôr em prática o cuidado com o meio ambiente”, afirmou. “Por outro lado, se não houver controle, infelizmente, o objetivo principal da proposta não será contemplado”.
Para ele, é importante ver um setor tão forte como o automotivo tendo de se ajustar também a uma perspectiva de sustentabilidade. De acordo com o ministério, mesmo sendo de adesão facultativa por parte das montadoras, a proposta deve despertar interesse do mercado, já que o próprio consumidor vai em busca desse produto, movimentando a competitividade. A idéia é que os consumidores tenham a chance de escolher o carro que emita menos gás carbônico, da mesma maneira que compram uma geladeira consciente do respectivo consumo de energia. Na prática, a redução direta de poluição na atmosfera será sensivelmente notória.
“A medida acabará retirando dos ombros do consumidor o compromisso exclusivo de ter que cuidar se o carro vai poluir ou não. Agora, a fabricação já será direcionada para que as montadoras produzam os veículos da maneira mais ecologicamente correta possível”, disse o coordenador.
A implantação da etiqueta ambiental integra o Programa Nacional de Racionalização do Uso dos Derivados do Petróleo e do Gás Natural (Conpet) e é resultado de um acordo entre as montadoras, os ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia e a Petrobrás.