Na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) teoria e prática sempre andam juntas. Para os acadêmicos do curso de Ecologia, saídas de campo são comuns, mas a cada oportunidade de aplicar o conhecimento adquirido em ações para a recuperação do meio ambiente, o aprendizado se torna mais rico, agregando outras formas de percepção aos integrantes das atividades.
A importância de práticas como essa é tanta, que o curso conta com uma disciplina especifica em seu currículo, onde os acadêmicos desenvolvem práticas em propriedades rurais que possuam áreas degradadas. De acordo com a coordenadora do curso, professora Carina Estrela, antes de qualquer tipo de ação existe um trabalho de diagnóstico e, logo após, ocorre a elaboração do projeto de recuperação da área, prevendo todas as ações que precisam ser executadas.
Somente após todo esse processo é que as ações concretas começam a sair do papel. E foi o que ocorreu na última sexta-feira (27), onde um grupo de alunos do oitavo semestre visitou a área chamada de Capela da Buena, localizada entre os municípios de Morro Redondo e Capão do Leão. Segundo a professora, essa área sofreu muito devido a enchente ocorrida no ano de 2009, quando o Arroio Passo da Estiva perdeu significativa parte das margens laterais.
A área é visitada pelos acadêmicos e professores da UCPel desde o início de 2012, e a etapa atual é de recuperação das margens do arroio para segurar o curso da água. A proprietária da localidade onde ocorre parte das ações, Ivone Peters, entende como positiva a iniciativa do grupo, pois, ao ver as ações desenvolvidas, ela aprende junto com os acadêmicos. “Esse tipo de intervenção é bem importante porque perdemos uma significativa área de nossa propriedade nessa enchente”, diz a moradora da área, complementando que os acadêmicos também utilizam plantas adequadas para esse fim.
Para a acadêmica do curso, Rosa Helena Ilha, as saídas de campo são uma ótima oportunidade de conseguir aliar a prática com a teoria. “Temos a oportunidade de aplicar o que vemos na sala de aula além de também contribuir com as pessoas desta localidade”, avalia. Já o acadêmico Marco de Castro vê a prática como uma forma de desenvolver percepções. “Podemos também trabalhar a geologia do pampa, o bioma, o ecossistema e as diferenças de paisagens”, explica, ressaltando que isso só se consegue na prática.
Marco ainda utiliza as saídas de campo para com o objetivo de mostrar para as pessoas a importância de todas as peças que compõe um ecossistema. “Ao tirar a foto de um pequeno inseto, por exemplo, tento mostrar quanto ele é importante dentro de toda a cadeia”, diz. O acadêmico utiliza todo o seu conhecimento em ecologia aliado ao poder da imagem com o objetivo de sensibilizar a população para um cuidado maior com o meio-ambiente.