Na manhã de sábado (16), estudantes do curso de Ecologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) reuniram-se no centro da cidade para entregar manifestos ao Ministro da Justiça, Tarso Genro. Em visita à Pelotas, o ministro recebeu cartas dos estudantes e da coordenação do curso, que continham informações e solicitações a respeito da regulamentação da profissão de ecólogo, vetada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no último dia 04.
De acordo com o presidente do Diretório Acadêmico do curso, Volnei Zibetti, o movimento dos alunos da UCPel foi apenas um dos diversos previstos em prol da regulamentação da profissão, aprovada por unanimidade no Senado Federal. “O ministro foi bem receptivo. Explicamos a ele a situação e condições que enfrentamos frente às incertezas quanto ao nosso futuro profissional, sendo as reivindicações por ele aceitas, com a confirmação de levá-las ao presidente. Essa foi uma oportunidade muito importante, por se tratar de um ministro do primeiro escalão e de boa aproximação com Lula”, disse.
De acordo com Zibetti, os cursos de Ecologia do país já receberam apoio da ex-ministra do Meio Ambiente e senadora pelo Acre, Marina Silva, demonstrando seu descontentamento frente ao veto do presidente Lula.
“Decisão equivocada”
Para a ex-ministra Marina Silva, o veto do presidente foi considerado “lamentável”. “É fácil perceber a atualidade estratégica dessa ciência e a premência de profissionais da área, em tempos de adaptação da humanidade a situações-limite provocadas por intensa degradação ambiental. Na área internacional, será difícil explicar porque um país com as características do Brasil trata tão mal um campo que deveria ser incentivado com prioridade”, disse, em carta direcionada aos cursos de Ecologia do país.
De acordo com ela, o veto, sugerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, alega que o projeto não prevê regras para a fiscalização da profissão e não define o campo de atuação. Mas, segundo a senadora, o projeto deveria ser elogiado por não estabelecer reserva de mercado. Quanto às regras para fiscalização, considera-as relativas à regulamentação da Lei pelo Poder Executivo, por meio de decreto a ser editado pelo presidente da República.
Marina Silva destacou ainda que existem cerca de mil ecólogos formados em todo o país, seis cursos de graduação, além de mestrados e doutorados existentes em várias universidades e institutos de pesquisa de ponta. “Caberá agora ao Congresso corrigir este equívoco”, afirmou.

Estudantes reuniram-se para entregar manifesto ao ministro