Sob o viés da fraternidade, a temática Direitos Humanos foi foco da atenção de estudantes, integrantes da Arquidiocese de Pelotas e outros interessados nesta semana. O 1º Seminário Fraternidade e Direitos Humanos foi promovido pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) nas noites dos dias 18 e 19.
Quatro convidados falaram sobre diferentes aspectos do assunto. Na primeira noite, a abertura foi realizada com as palavras do capelão da UCPel, padre Martinho Lenz, que falou sobre Fundamentos Éticos e Teológicos dos Direitos Humanos. Na sequência, o pesquisador da área de Filosofia do Direito e Teoria Política da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Daniel Marchiori Neto, abordou a temática Direitos Humanos e o Problema da Autoevidência.
Na noite de encerramento, o assunto Educação em Direitos Humanos e a Fraternidade foi conduzido pela assessora da Comissão de Direitos Humanos da Procuradoria Geral do Estado e vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Beatriz Lang. Circulando em meio à plateia e ouvindo opiniões dos participantes, a socióloga falou sobre o papel da universidade em formar profissionais preparados para lidar com a temática, seja qual for sua área. De maneira didática, ela tinha a proposta de apresentar, dentro dos direitos econômicos, sociais, culturais, ambientais, civis e políticos, onde estão os direitos humanos.
Na ocasião, ela falou sobre o conceito de Direitos Humanos - tudo o que é necessário para garantir o nível básico essencial para a existência dos seres humanos na sociedade. "Os Direitos Humanos são uma construção histórica de homens e mulheres que lutaram ao longo do tempo e são para todas as pessoas", disse, fazendo referência à ideia equivocada de Direitos Humanos associada ao tratamento de criminosos.
Encerrando as palestras, o padre Raphael Pinto falou aos presentes sobre Igreja e Sociedade: serviço, diálogo e cooperação.
A maior parte dos participantes era das áreas de Direito, Serviço Social e Filosofia, além de integrantes das Pastorais da Arquidiocese de Pelotas, Cáritas Arquidiocesana e integrantes do clero.
Na avaliação da coordenadora do Centro de Referência em Direitos Humanos Dom Helder Câmara - promotor da atividade - professora Ana Paula Dittgen, as palestras demonstraram uma diversidade de opiniões, saberes e conhecimentos que o grupo tinha intenção em trazer ao evento. O Seminário foi marcado, também, pela linguagem universal, de modo a atender todas as áreas presentes no encontro, e a evidência da relação entre a experiência da Igreja na militância em Direitos Humanos e academia. "Discutir Direitos Humanos em uma universidade católica é fundamental. Afinal, isso faz parte dos nossos valores. É extremamente importante para que o aluno conheça o contexto social, as demandas e vulnerabilidades da sociedade e o papel dele na luta pela concretização desses direitos", disse.