Os novos rumos da Moda exigem que proprietários de ateliês de costura busquem constante atualização. O aumento do poder aquisitivo da população, associado à maior acessibilidade às tendências de Moda internacionais, impulsionaram o consumo de roupas, calçados e acessórios. Atentas às possibilidades do mercado de trabalho, três costureiras de Pelotas buscam, através do curso de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), a qualificação necessária para continuar crescendo. Para atender ao mercado em expansão, o curso será oferecido também no turno da noite.
O setor de Moda é um dos que mais crescem no Brasil, segundo pesquisa do IBOPE, com uma perspectiva de consumo de roupas em torno de R$ 129 bilhões em 2013. Mas para pegar carona nesse crescimento, é necessário surpreender o cliente, através de sugestões de look, informações de Moda, tendências, novos produtos, conhecimento de tecnologias, entre outros elementos. É devido a esse novo mercado, que a graduação oferecida pela UCPel vem despertando interesse em quem há muito já trabalha na área.
Foi o caso da costureira Maria Elisabete Kawski, de 56 anos, que há 20 é proprietária de um ateliê que leva seu nome. Estudante do terceiro semestre do curso de Design de Moda, ela conta que voltou a estudar por acreditar que precisava aprender novos conceitos ligados ao tema. “No curso percebi que existem outras técnicas e que não basta apenas saber costurar. Existe todo um contexto em torno da Moda que é preciso ser levado em conta”, avalia, complementando que o curso está sendo rico por proporcionar uma nova forma de trabalho e de método.
Maria Elisabete detectou que o mercado de Moda mudou muito, e o volume de clientes que preferiam roupas executivas diminuiu significativamente. “Hoje se alguém iniciasse como eu não daria certo. O mercado mudou, novos tecidos e possibilidades auxiliaram nesse processo”, conta, explicando que apenas o público plus size ainda se mantém fiel.
Há 35 anos na costura, a vontade de se aperfeiçoar fez com que a estudante do primeiro semestre do curso, Neida Freitas, de 57 anos, concluísse o Ensino Médio só para entrar na Católica. Ela viu no Design de Moda a possibilidade de também aprender a desenhar no papel o modelo desejado pelos seus clientes. “Quando minhas clientes pedem uma peça, consigo imaginá-la na minha cabeça, mas tenho dificuldade em passá-la para o papel”, diz, muito feliz com as novas teorias que esta aprendendo a dominar.
Mudança de rumo
A palavra coragem define bem a atitude da também estudante do primeiro semestre, Rosemery Tormann, de 52 anos. Para entrar no ramo da Moda, ela finalizou seu comércio em outra área, tirou um "ano sabático" e se reencontrou na área. Antes de entrar na graduação, fez um curso básico de corte e costura e hoje em dia faz reparos em casa.
“Quando optei pelo curso achei que só iria aprender a costurar. Logo em seguida percebi a amplitude de atuação nesta área”, diz. A graduação também vem sendo um estímulo para vencer novos desafios, como a inserção no mundo da internet. “Junto com a graduação também inicio um novo ciclo da minha vida”, comemora.
Novos sonhos
O aprendizado de novos canais de criação através da concepção do conceito de peça, associadas à importância do marketing são algumas das ferramentas oferecidas pelo curso e que estão estimulando algumas alunas a sonhar mais alto.
Tanto Maria Elisabete quanto Neida e Rosemery esperam que o aprendizado reverta na ampliação de seus negócios. “Meu sonho é montar uma pequena confecção. As informações que aprendo na graduação me darão suporte para me tornar uma gestora”, programa Maria Elisabete. Já Rosemery pretende abrir seu próprio ateliê e já conta até com o espaço.
Moda noturno
As três estudantes confirmam o novo segmento que vem crescendo dentro do curso de moda da UCPel, explica a coordenadora do curso, professora Tereza Cristina Barbosa Duarte. Visando atender a demanda deste público é que o curso passa ser oferecido também no turno da noite nesse Vestibular de Inverno – que recebe inscrições até o dia 18 de junho. “Queremos oferecer qualificação também para quem já trabalha na área”, diz. Além do novo turno, o curso possui conceito quatro junto ao Ministério da Educação e já conta com várias turmas formadas com profissionais de sucesso inseridos no mercado de trabalho.
* No foto, a acadêmica Maria Elisabete Kawski.