Dia 2 de novembro celebramos a memória dos falecidos. É um convite para refletirmos sobre o sentido da vida. “Acaso não é uma luta a vida do homem sobre a terra?” (Jo 7,1), pergunta Jó em suas reflexões sobre seu destino na terra, marcado pelo sofrimento. Essa pergunta acompanha a vida da humanidade, desde o início. Em Jesus Cristo, esta pergunta encontrou uma resposta nova. Uma palavra de Jesus, registrada por S. João, aponta para o sentido de plenitude ao qual todo ser humano é chamado: “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em plenitude” (João 10,10).
A celebração de finados, nesse início de novembro, nos convida a refletir sobre o sentido da vida. Para essa reflexão, oferecemos ao que nos lê uma reflexão sobre o sentido da vida escrita pelo P. César Augusto dos Santos, que já foi diretor do programa brasileiro da Rádio Vaticano. Hoje dirige o Santuário de S. José de Anchieta, no Espírito Santo. Boa leitura!
Reflexão sobre o sentido da existência humana
No dia 02/11/2016 celebramos todos os fiéis que já realizaram sua Páscoa, isto é, já passaram para a eternidade. Plenamente felizes, já estão na Casa do Pai. Todos nós fomos criados para vivermos eternamente felizes, amando a Deus e sendo amados por Ele.
É um momento de reflexão sobre o sentido da existência humana, de onde se vem e para onde se vai. É uma ocasião em que a arrogância e a prepotência devem ceder lugar à humildade e o ser humano reconhecer que, apesar de sua grandiosidade, é finito. Teve início e terá fim, basta olhar para aqueles que nos cercavam e agora não mais estão ao nosso lado. Também, deveremos pensar em nós, em nosso futuro, em nosso destino definitivo. Mais cedo ou mais tarde, isso acontecerá.
Exatamente por causa dessa certeza, devemos viver bem, em harmonia com todos e preparando nossa morada definitiva. Se a morte é certa, quando ela ocorrerá e de que modo, é uma incerteza. Com ela acabam disputas, vanglórias, riquezas, partidarismos políticos, ideologias, classes sociais, tudo.
Só permanece aquilo que foi realizado por amor e com amor porque o amor é eterno, o Amor é Deus, Deus é Amor! Mesmo o homem mais inteligente e mais rico só levará para o além- túmulo aquilo que fez por causa do Amor. O mais se tornará cinzas e irá, com o passar do tempo, para o esquecimento, como nos mostra o que restou de tantos que se julgavam influentes e que até o nome esquecemos.
O dia de hoje é marcado pela saudade, pela presença da ausência de tantos entes queridos. Mas essa saudade é um sentimento doce, sofrido, mas doce. Recordamos, isto é, trazemos ao coração, a lembrança de pais, filhos, irmãos, avós, amigos, vizinhos, colegas, conhecidos que marcaram com suas presenças nossa vida, nosso dia-a-dia.
Se o nosso relacionamento com eles foi bom, dentro do amor, do carinho, dentro da compreensão e do perdão, o dia de hoje será consolador. Será grato fazer essa recordação. Sofremos a saudade, é verdade, mas não nos desesperamos, porque não desperdiçamos a oportunidade de bem conviver e de amar.
Sabemos que um dia nos reencontraremos e juntos, viveremos a eternidade com Deus. O Céu é o local de encontro, onde nossos entes queridos nos aguardam para a vida feliz, em Deus, para sempre amando e sendo amado!
Continuemos fazendo o bem, vivendo os ensinamentos cristãos. Eles são o passaporte para chegarmos à Pátria definitiva. Jesus Cristo, Maria e os nossos queridos que já nos precederam, aguardam por nós. Não os decepcionemos!
(Reflexão do Padre Cesar Augusto dos Santos, S.J., para o Dia de Finados)