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[Convite à Reflexão] - Capelania UCPel
26.03.2014 | 10:20 | #capelania-e-identidade-crista
[Convite à Reflexão] - Capelania UCPel
Dando continuidade a nosso projeto, iniciado na semana passada, de alimentar a página eletrônica da UCPel com alguns textos que instiguem à reflexão, a Capelania oferece mais dois artigos, ambos versando sobre o tema da Campanha da Fraternidade 2014 (tráfico humano).

O primeiro texto é a mensagem da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil sobre a copa do mundo de futebol. Reconhecendo o valor do esporte, a CNBB alerta, no entanto, para outros interesses (políticos e econômicos) que estão em jogo, incluindo o risco já vislumbrável do aumento do tráfico humano, principalmente para fins de exploração sexual. Em breve estará sendo amplamente divulgado, em nossa cidade e região, via Cáritas arquidiocesana, material sobre o projeto nacional “Jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”, de combate e prevenção desse crime do tráfico de pessoas.

O outro texto é a notícia acerca de acordo recentemente firmado entre diversos signatários, de diferentes setores sociais, incluindo o Vaticano (religião católica). Trata-se de uma rede internacional que tem a ousada meta de erradicar, em curto espaço de tempo, o tráfico humano no mundo. Impossível? Depende de todos nós, de nosso empenho... Como Igreja somos chamados/as a abraçar essa causa, colaborando para minimizar o sofrimento de tanta gente que padece situação tão injusta como é o tráfico de pessoas.

 Boa leitura!

CNBB divulga mensagem sobre a Copa do Mundo

(13 de março de 2014)

O Conselho Permanente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que reúne a presidência e os presidentes dos regionais e das comissões da instituição, aprovou hoje, 13, mensagem sobre a Copa do Mundo, que terá início em junho, no Brasil.

No texto, intitulado "Jogando pela vida", os bispos afirmam que "a Igreja no Brasil acompanha, com presença amorosa, materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal".

Ao mesmo tempo, manifestam solidariedade "com os que, por causa das obras da Copa, foram feridos em sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos".

Os bispos convidam a sociedade brasileira a aderir ao projeto "Copa da Paz" e à Campanha "Jogando a favor da vida - denuncie o tráfico humano", que têm a finalidade de colaborar para que o evento seja "lembrado como tempo de fortalecimento da cidadania".

Leia o texto na íntegra:


Jogando pela vida

(Mensagem da CNBB sobre a Copa do Mundo)


Direito humano de especial valor, o esporte é necessário a uma vida saudável e não deve ser negligenciado por nenhum povo. De todos os esportes, o brasileiro nutre reconhecida paixão pelo futebol. Explicam-se, assim, a expectativa e a alegria com que a maioria dos brasileiros aguarda a Copa do Mundo que será realizada em nosso país, pela segunda vez.

Fiel à sua missão evangelizadora, a Igreja no Brasil acompanha, com presença amorosa, materna e solidária, esse grande evento que reunirá vários países e protagonizará a oportunidade de um congraçamento universal, “na alegria que o esporte pode trazer ao espírito humano, bem como os valores mais profundos que é capaz de nutrir”, como nos lembra o Papa Francisco.

Os brasileiros, identificados por sua hospitalidade e alegria, saberão acolher aqueles que, de todas as partes do mundo, virão ao nosso país por ocasião da Copa. Nossos visitantes terão a oportunidade de conhecer a riqueza cultural que marca nossa terra, sua gente, sua arte, sua religiosidade, seu patrimônio histórico e sua extraordinária diversidade ambiental.

A Copa se torna, portanto, ocasião para refletir com a sociedade sobre as relações pacíficas e culturais entre todos os povos, bem como sobre os aspectos sociais e econômicos que envolvem o esporte que é harmonia, desde que o dinheiro e o sucesso não prevaleçam como objeto final, conforme alerta o Papa Francisco.

Lamentamos que, na preparação para a Copa, esse último aspecto tenha prevalecido sobre os demais, motivando manifestações populares que acertadamente reivindicam a soberania do país, o respeito aos direitos dos mais vulneráveis e efetivas políticas públicas que eliminem a miséria, estanquem a violência e garantam vida com dignidade para todos. Solidarizamo-nos com os que, por causa das obras da Copa, foram feridos em sua dignidade e visitados pela dor da perda de entes queridos.

Não é possível aceitar que, por causa da Copa, famílias e comunidades inteiras tenham sido removidas para a construção de estádios e de outras obras estruturantes, numa clara violação do direito à moradia. Tampouco se pode admitir que a Copa aprofunde as desigualdades urbanas e a degradação ambiental e justifique a instauração progressiva de uma institucionalidade de exceção, mediante decretos, medidas provisórias, portarias e resoluções.

O sucesso da Copa do Mundo não se medirá pelos valores que injetará na economia local ou pelos lucros que proporcionará aos seus patrocinadores. Seu êxito estará na garantia de segurança para todos sem o uso da violência, no respeito ao direito às pacíficas manifestações de rua, na criação de mecanismos que impeçam o trabalho escravo, o tráfico humano e a exploração sexual, sobretudo, de pessoas socialmente vulneráveis e combatam eficazmente o racismo e a violência.

A sociedade brasileira é convidada a aderir ao projeto “Copa da Paz” e à Campanha “Jogando a favor da vida – denuncie o tráfico humano”. Seu objetivo é contribuir para que a Copa do Mundo em nosso país seja lembrada como tempo de fortalecimento da cidadania. Por meio destas iniciativas, a Igreja se faz presente na vida política e social do país, cumprindo sua missão evangelizadora. Ao mesmo tempo, conclamamos as Dioceses em cujo território estão localizadas as cidades-sede da Copa a oferecerem especial atenção religiosa aos seus diocesanos e aos visitantes.

O jogo vai começar e o Brasil se torna, nesse momento, um imenso campo, sem arquibancadas ou camarotes. Somos convocados para formar um único time, no qual todos seremos titulares para o jogo da vida que não admite espectadores. Avançando na mesma direção, marcaremos o gol da vitória sobre tudo que se opõe ao bem maior que Deus nos deu: a vida. Essa é a “coroa incorruptível” (1Cor 9,25) que buscamos e que queremos receber ao final da Copa. Então, seremos todos vencedores!

Que a padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida, nos agracie com sua bênção e proteção neste tempo de fraternidade e congraçamento entre os povos


Cardeal Raymundo Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

Dom José Belisário da Silva, OFM
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Vice-Presidente da CNBB

Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB


Fonte: CNBB


Escravidão moderna e tráfico de seres humanos é crime contra a humanidade 
Acordo assinado dia 17/03/2014 no Vaticano tem como objetivo erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos em todo o mundo até 2020 

Hoje (17/03/2014), na Sala de Imprensa da Santa Sé, foi assinado um acordo entre representantes das grandes religiões do mundo para ratificar as modernas formas de escravidão e tráfico de seres humanos. Este acordo inaugura o Global Freedom Network (GFN), que tem como principal parceira a Walk Free Foundation. O objetivo do acordo revolucionário anunciado hoje no Vaticano é erradicar a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos em todo o mundo até 2020.

Declaração comum:

A escravidão moderna e o tráfico de seres humanos é crime contra a humanidade. A exploração física, econômica e sexual dos homens, mulheres e crianças condena 30 milhões de pessoas a desumanização e degradação. Todo dia que continuamos a tolerar esta situação violamos a nossa humanidade comum e ofendemos as consciências de todos os povos.

Toda forma de indiferença nos confrontos das vítimas de exploração deve cessar. Convidamos todos os fiéis e os seus líderes, todos os jovens e as pessoas de boa vontade a unir-se ao movimento contra a escravidão moderna, o tráfico de seres humanos e a sustentarem o Global Freedom Network.

Somente atuando, em todo o mundo, os ideais da fé e os valores humanos compartilhados, podemos conduzir o poder espiritual, o esforço conjunto e a idéia de libertação a erradicar definitivamente a escravidão moderna e o tráfico de seres humanos no nosso mundo. O mal é obra do homem e pode ser combatido por uma vontade inspirada da fé e do empenho humano.

Agradecemos aqueles que estão já envolvidos nesta batalha e esperamos fortemente que este novo projeto sirva como maior incentivo para o compromisso deles em favor a liberdade dos nossos irmãos e irmãs mais oprimidos.

Apesar dos esforços de muitas pessoas em tantos países, a escravidão moderna e o tráfico de pessoas continuam a crescer. As vítimas são mantidas escondidas: em locais de prostituição, estabelecimentos, zonas rurais, navios de pesca, estruturas ilegais, casas privadas a portas fechadas, muitos outros lugares, cidades, vilarejos e favelas de nações mais ricas e mais pobres do Planeta.

O Global Freedom Network usará dos instrumentos da fé: a oração, o jejum e a caridade. Existirá uma jornada de oração pelas vítimas e pela liberdade delas. Todos os fiéis e as pessoas de boa vontade serão convidados a meditar e agir. Redes de oração específicas serão criadas em todas as partes do mundo. 

No quadro do acordo, todas as partes se empenham a percorrer todas as estradas possíveis para estimular a ação global e erradicar a escravidão moderna e o tráfico de pessoas. No primeiro ano, serão desenvolvidos planos para convidar:

- todos as confissões religiosas a vigiarem até que suas cadeias de fornecimento e investimentos excluam formas de escravidões modernas e a aderirem medidas corretivas, se necessário;

- todas as confissões religiosas a mobilizar as respectivas seções jovens para sustentar projetos destinados a erradicar escravidão moderna;

- famílias, escolas, universidades, congregações e instituições a conhecer a natureza da escravidão moderna e o tráfico de seres humanos, a ensinar como denunciar e a relatar a capacidade destrutiva de atitudes sociais, prejuízos e sistemas sociais nocivos conectados a escravidão moderna e ao tráfico de seres humanos;

- os líderes políticos a vigiarem até que suas cadeias de fornecimento excluam formas de escravidão moderna;

- 50 grandes multinacionais cujos CEO são pessoas de fé e de boa vontade, a garantir que suas cadeias de fornecimento excluam formas de escravização moderna;

- 162 governos a avaliarem publicamente a instituição do Global Fund para colocar fim a escravidão com 30 chefes de Estado que a sustém publicamente até o fim de 2014;

- o G20 a condenar a escravidão moderna e a tratar dos seres humanos e a adotar uma iniciativa contra a escravidão e o tráfico de seres humanos, bem como sustentar a supracitada Global Fund.

A declaração comum conclui que:

O nosso mundo deve ser liberado destes males terríveis e crimes contra a humanidade. Cada mão e cada coração devem unir-se para garantir esta liberdade a todos aqueles que são presos e sofrem. Este acordo marca o início e uma promessa - as vítimas da escravidão moderna e dos tráficos de seres humanos não serão esquecidas ou ignoradas: todos conhecerão suas histórias. Caminharemos com eles à liberdade. 

O Memorando do acordo e a declaração comum que cria a Global Freedom Network teve os seguintes signatários:

- Em nome de Sua Santidade, Papa Francisco, Monsignor Marcelo Sánchez Sorondo, chanceler da Academia Pontifícia das Ciências e da Pontifícia Academia das Ciências Sociais

- Em nome do grande Imam di Al Azhar, Egito
Dr. Mahmoud Azab

- Em nome do Arcebispo de Canterbury, o Rev.mo Justin Welby, o Rev.mo Sir David John Moxon, seu representante à Santa Sé

- Em nome da Walk Free Foundation
Andrew Forrest, fundador.

Fonte: Aleteia


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