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Workshop apresenta Computação Afetiva
19.04.2007 | 00:00
Workshop apresenta Computação Afetiva

A afetividade e o relacionamento homem-máquina sempre foi uma área intrigante. Nesta segunda-feira (16), na Universidade Católica de Pelotas (UCPel), durante o Workshop-Escola de Sistemas de Agentes para Ambientes Colaborativos (WESAAC-2007), a professora da UNISINOS, Patrícia Augustin Jaques, apresentou trabalhos que consideram a afetividade do usuário. A área de Computação Afetiva dá atenção a emoções e interação entre homem e computador e procura fazer com que os sistemas que interagem com o usuário se adaptem a ele, e não o contrário.

Compreender as emoções que o usuário sente ao operar a máquina e também a capacidade da máquina de responder a este tipo de estímulo são preocupações da área. “Um exemplo seria a aptidão que o computador pode ter para detectar quando o usuário está frustrado e deixa de utilizar algum ambiente”, explica Patrícia. “O que tentamos fazer é com que a máquina se comunique melhor com os homens.”

Trabalhos na Área: Estudo desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets, nos Estados Unidos, trabalha com sensores fisiológicos utilizados para reconhecer as emoções. Estes são os eletromiogramas (que captam a tensão muscular), a condutividade da pele, o ritmo cardíaco e a respiração do usuário. Os mecanismos dão indicações do que a pessoa está sentindo ao utilizar o computador. “Juntando todas estas informações pode-se apontar oito tipos de emoções, com taxa de sucesso de 81%”, afirma Patrícia.

O desenvolvimento de um mouse com sensores que detectam a frustração por meio do número de cliques do usuário e o reconhecimento de expressões faciais pelo mapeamento delas, método estruturado pelo psicólogo Paul Ekman (com 65% de sucesso), foram outros dois trabalhos apresentados pela professora.

Bate-papo: Uma das maiores questões nos bate-papos pela Internet é definir o que a pessoa do outro lado está querendo dizer exatamente. Um pouco disso é possível saber – pelo menos o nível de excitamento – por meio da condutividade da pele que a máquina detecta: a fonte do texto aparece maior e mais próxima da cor vermelha quanto mais energizada estiver a pessoa com quem se conversa.

Robôs: Quando o assunto é inteligência artificial, logo a imaginação lembra deles. No mini-curso a professora comentou com os presentes o caso do robô Kismet, que atua com reconhecimento de emoções através da fala (entonação da voz) e expressão de quem conversa com ele. Para responder a esses estímulos, Kismet possui arquitetura interna de emoções e as demonstra com expressões faciais.

Da mesma forma, o cachorrinho-robô Aibo, da Sony, também é capaz de expressar emoções. Com sensor de toque, o robô se comporta de maneira alegre quando recebe carinho. “De tal maneira que se faz acreditar que ele realmente tem relação afetiva com o dono, mas na verdade não tem”, explica Patrícia, lembrando que o pequeno Aibo apenas responde a estímulos.

Aprendizagem: Os estudos de Computação Afetiva consideram também a afetividade em sistemas de aprendizagem. “É interessante trabalhar com isso, pois hoje em dia se sabe que as emoções negativas são ruins no processo de aprendizagem”, ressalta Patrícia. Com este tipo de recurso, é possível detectar quando o aluno demonstra emoções negativas e tentar promover as positivas. Foi nesta área que Patrícia, professora do programa de Pós-graduação em Computação na UNISINOS, realizou sua tese de doutorado, elaborando Pat, uma agente (como o Clipes do Word, mas mais inteligente) inserida em ambiente educacional. Dependendo do que os estudantes realizam nas tarefas no computador, ela reage com incentivos.

Outra aplicação dos estudos podem encontrar eco na simulação de emoções. Pode-se procurar entender as relações humanas, as estudando até mesmo em robôs.

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