“Deixei o sepulcro vazio, a morte não me segurou: a pedra que então me prendia, no terceiro dia rolou”. A música que encerrou a primeira Via-Sacra encenada na Universidade Católica de Pelotas (UCPel) sintetizou o objetivo da atividade. Realizada no dia 07, com as 15 estações espalhadas pelo Campus I, a Via-Sacra reuniu alunos, professores, funcionários e comunidade para acompanhar os momentos finais da vida de Jesus Cristo. E, principalmente, sua ressurreição.
A passagem de “Jesus” pelos corredores da Católica atraiu olhares curiosos, e foi acompanhada por cantos e orações. De acordo com o capelão da UCPel, padre João Batista Storck, a proposta da encenação era o de proporcionar reflexão sobre os momentos finais da vida de Jesus. De acordo com ele, a intenção não foi destacar o sofrimento, mas a conseqüência do amor de Jesus pela humanidade. “O objetivo é que a gente pense sobre a vida desse homem que morre por amor à pessoa humana. Rezar e agradecer a alguém que deu a vida por todos nós”, disse.
Em cada estação, uma reflexão sobre problemáticas atuais da humanidade era trazida. Exploração de crianças e adolescentes, tráfico de drogas, busca desmedida por ganhos econômicos, violência física e simbólica e preconceito foram aspectos lembrados como formas de condenação à morte na sociedade contemporânea. Os temas eram ligados à Campanha da Fraternidade deste ano, que traz o foco na segurança pública. “A violência demonstrada aqui continua ocorrendo, às vezes de forma mascarada em nossa frente”, frisou o capelão.
A Via-Sacra foi encenada pelo grupo da Comunidade Eclesial da Trindade, e contou também com a participação da soprano Cristiane da Conceição, que interpretou Verônica.
Na caminhada
Rememorar a paixão de Jesus Cristo. Essa foi a intenção de Beatriz Moraes, moradora da vizinhança da UCPel. Juntamente com a sogra Nadir, acompanhava de perto todos os momentos da encenação. “Cristo vive, não podemos nos prender só à cruz. Na Via-Sacra podemos ver a dimensão do amor de Jesus por nós”, disse.
Funcionária do Escritório Modelo de Engenharia e Arquitetura da UCPel, Neiva Casarin passou a infância acompanhando Vias-Sacras onde morava, na Colônia Maciel. Agora, acompanha o momento no próprio local de trabalho. “Ajuda a gente a renovar a fé”, afirmou.
O aluno do 5º semestre de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas, Renan Picanço, aprovou a iniciativa. “Acho importante. A gente tem que dar valor para o que Jesus passou, e tudo que sofreu pelas coisas erradas da humanidade. A Universidade é católica, e esse evento marca a data”, destacou.
Trindade também realiza Via-Sacra
A Comunidade Eclesial da Trindade, na Cohab Tablada, realiza nesta sexta-feira (10) sua tradicional Via-Sacra Encenada, que este ano chega à sua 18ª edição. O evento será às 19h30min, com saída da Avenida Leopoldo de Souza Soares, em frente à Escola Dr. Antônio Leivas Leite.