Já é praxe: basta que se iniciem as atividades acadêmicas na UFPel para que um cenário de caos e desrespeito tome conta do entorno da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), tal qual ocorreu entre o fim da tarde e a noite desta segunda-feira (11). Um problema recorrente, que se repete há anos, mesmo que o município possua um Código de Posturas responsável por restringir o problema que atinge diretamente nossa comunidade universitária. Essa conjuntura, além de expor a incapacidade de ação eficaz do Poder Público, sitia a UCPel e a impede de prestar seu serviço como deveria, o que gera impacto direto no processo de aprendizagem de seus estudantes.
Ao longo da última década, a cada começo de semestre na UFPel, professores e funcionários da Católica precisam contar apenas com a sorte para que possam oferecer serviços educacionais com a qualidade esperada e desejada – ou torcer para que o clima dos dias frios e chuvosos seja nosso aliado.Afinal, já é de amplo conhecimento dos pelotenses que a convivência nesta zona urbana da cidade ficou insustentável. Isto não apenas pelo ruído ensurdecedor gerado por centenas de pessoas aglomeradas no entorno do Campus I, mas também pelo impedimento do direito de ir e vir - em razão das ruas ocupadas por pessoas - e pela insegurança que a venda e o consumo de drogas lícitas e ilícitas instalam na região.
Nesta terça-feira (12), somos obrigados mais uma vez a retomar nossa peregrinação, por gabinetes de órgãos públicos e das forças seguranças, para suplicar ajuda. Será mais uma rodada para implorar medidas, assim como temos feito desde 2012, na expectativa de que os poderes competentes encontrem a solução, uma vez que as ações repressivas e educativas não surtem efeito conclusivo. Sabemos que a resposta está nas mãos dos poderes Executivo e Legislativo de Pelotas, que deveriam atuar para garantir o cumprimento da lei. Mas isto, infelizmente, não acontece.
No ano passado, acreditamos que a Prefeitura, por solicitação do Ministério Público do Rio Grande do Sul, após audiência com a Procuradoria Geral do Município e a UCPel, conseguiria encaminhar uma solução ao caso, baseada na proposta de restrição do consumo de bebidas alcoólicas no entorno da Católica. A celeuma política com a Câmara de Vereadores, contudo, se sobrepôs à possibilidade de resolução do problema.Um ano se passou, nada mudou e mais uma vez a UCPel e seus acadêmicos são reféns da inércia e do caos.
Nesse contexto, a Católica precisa, mais uma vez, vir a público se manifestar e cobrar uma posição dos governantes. Como já afirmamos anteriormente, estamos impotentes frente ao que acontece na rua Gonçalves Chaves, principal acesso ao Campus I e, novamente, o ensino dos nossos acadêmicos é o principal prejudicado.
A tragédia está anunciada. Cabe às autoridades constituídas atuar.