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UCPel recria peças do Casarão Seis para Dia do Patrimônio
08.08.2025 | 12:23 | #arquitetura-e-urbanismo
UCPel recria peças do Casarão Seis para Dia do Patrimônio Foto: Secom/Prefeitura de Pelotas

A Universidade Católica de Pelotas (UCPel), por meio do Programa de Extensão Maquetaria Digital, em parceria com a Prefeitura de Pelotas, prepara uma intervenção artística inédita no Casarão Seis, da Praça Coronel Pedro Osório. A ação faz parte da programação do Dia do Patrimônio 2025, que será entre os dias 15 e 17 de agosto, e tem como objetivo sensibilizar a população sobre a importância da preservação do patrimônio.


O foco da intervenção é a recriação dos mascarões, esculturas ornamentais de rostos humanos e de animais, que decoram o gradil do acesso do edifício e que teve 54 unidades furtadas em 2021. Com o uso de tecnologias de impressão 3D, serão instalados alguns dos ornamentos que foram suprimidos, feitos em ácido polilático (PLA) branco, um material biodegradável, reforçando o compromisso do projeto também com a sustentabilidade.


A iniciativa é coordenada pela professora Fernanda Tomiello, do curso de Arquitetura e Urbanismo da UCPel, que destaca o valor simbólico e pedagógico da ação. “Além de resgatar parte da memória do Casarão Seis, queremos provocar o olhar do público para a importância da preservação dos elementos arquitetônicos que contam a história de Pelotas”, afirma.


Esta é uma ação caracterizada como educação patrimonial. “Temos essa tradição no Núcleo de Extensão do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UCPel, de buscar maneiras de fazer com que o conhecimento produzido na universidade se torne acessível para a comunidade em geral. É algo que estamos sempre buscando”, indica a coordenadora.

 

Origem do Projeto

O projeto nasceu a partir de uma reportagem que abordava o desaparecimento dos mascarões originais. A matéria despertou o interesse da professora Fernanda, que enxergou na tecnologia digital uma forma viável de reconstrução. “A notícia nos mobilizou. Decidimos que era possível e necessário intervir de forma simbólica, mas impactante”, explica a coordenadora.


A Maquetaria Digital, programa de extensão da UCPel, é voltada à aplicação de tecnologias de modelagem tridimensional e impressão 3D em projetos acadêmicos e comunitários. O trabalho com os mascarões envolve alunos dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, a partir do quarto semestre, promovendo uma experiência prática e multidisciplinar.


Dia do Patrimônio


O Dia do Patrimônio é um evento que busca valorizar o patrimônio material e imaterial da cidade. Durante os três dias, prédios históricos são abertos à visitação pública com atividades culturais e exposições. A recriação dos mascarões será um dos destaques deste ano, chamando a atenção, tanto pelo aspecto estético, quanto pelo uso inovador da tecnologia a serviço da memória coletiva. 

Após o final das celebrações, alguns exemplares ficarão expostos na Maquetaria do Curso de Arquitetura e Urbanismo da UCPel, outros serão doados para a Secretaria de Cultura do Município e algumas peças serão sorteadas a visitantes que compartilharem fotos da ação e marcarem as redes sociais da UCPel, da @maquetaria.digital e do @praticas.patrimoniais


Segundo Fernanda, a escolha do filamento PLA foi intencional, pelo baixo custo e facilidade de imprimir, além de ser um material biodegradável. “Sabemos que o PLA tem baixa durabilidade quando exposto a intempéries e pode deformar com o calor. Ainda que isso não seja um problema para uma intervenção de poucos dias no período do inverno, será necessário buscar outras alternativas para contextos mais exigentes”, completou.


A Casa Seis


Residência de Leopoldo Antunes Maciel, o Barão de São Luís, a Casa Seis foi construída em 1879 pelo arquiteto italiano José Isella. Atualmente o casarão é tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)


Compromisso com a história e a inovação


A ação conjunta entre universidade e poder público exemplifica como o ensino superior pode contribuir de maneira concreta para a preservação da identidade local. “Esperamos, com a ação, aproximar a universidade e a comunidade e sensibilizar as pessoas para o problema dos furtos e deterioração do nosso patrimônio, de uma maneira instigante e curiosa. Já pensamos em outras possibilidades e vamos estudar o impacto dessa primeira ação para avaliar a pertinência de continuidade e de outras ações semelhantes”, finaliza a professora Fernanda.


Com essa iniciativa, a UCPel reafirma seu compromisso com a comunidade, a educação patrimonial e o uso responsável da tecnologia para o bem coletivo.

 

Redação: Lucas Pereira

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