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UCPel recebe fóssil do dinossauro mais antigo do mundo
08.11.2007 | 00:00
UCPel recebe fóssil do dinossauro mais antigo do mundo
Na tarde do dia 8, a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) recebeu fósseis daquele que pode ser considerado um elo perdido entre as espécies mais primitivas e as mais evoluídas dos dinossauros. O fóssil veio à instituição para apreciação dos alunos do curso de extensão em Paleontologia, da Escola de Ciências Ambientais da Católica. Original de Agudo, centro do Rio Grande do Sul, o fóssil é considerado o mais antigo do mundo, com 230 milhões de anos. A descoberta do fóssil gaúcho trouxe novas informações, que devem provocar a revisão de teorias a respeito da evolução dos dinossauros. A visita na UCPel representou a primeira vez que o material deixa a instituição onde é pesquisado.

Trazido pelo paleontólogo Sérgio Furtado Cabreira, seu descobridor, o Ulbra – PVT 016 (ainda um nome provisório) é um dos cinco dinossauros mais antigos do planeta, provenientes do Período Triássico, Era Mesozóica. Sua descoberta ocorreu em 2003, e 80% do fóssil está completo, o que facilita os estudos a seu respeito. Durante a aula que ministrou para os estudantes da Católica, Cabreira, que é da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra) Cachoeira do Sul, mostrou partes fossilizadas do esqueleto, e trouxe uma réplica fiel do dinossauro. “Ele é único, ímpar no mundo. Deverá mudar o estudo sobre a origem dos dinossauros na Terra”, disse Cabreira.

Descobertas inéditas
O surgimento do Ulbra – PVT 016 traz novas informações aos pesquisadores a respeito da evolução dos dinossauros entre os períodos Triássico e Jurássico. Até a descoberta em Agudo, apenas quatro dinossauros do período Triássico eram conhecidos no mundo, todos com características semelhantes. Todos, até então, tinham vértebras sacrais (da bacia, onde se apóia o fêmur), separadas. Tal fato fez com que os pesquisadores estabelecessem teorias a respeito de que a evolução se deu lentamente, já que no período Jurássico as vértebras dos dinossauros são fusionadas.

O aparecimento do Ulbra – PVT 016, que apresenta diferenças na anatomia óssea, principalmente na cintura pélvica, mostra que um dinossauro do período Triássico possuía, sim, vértebras longas e fusionadas. “Isto tem a ver com a possibilidade de serem bípedes mais eficientes”, explicou o paleontólogo. De acordo com ele, todo o comportamento do dinossauro, hábitos, informações do ambiente e outras podem ser aferidos pela sua estrutura óssea. “A anatomia dele se reflete nos dinossauros do período Jurássico. Não se sabia até então como se tinha dado a evolução entre os períodos Triássico e Jurássico, e este fóssil fecha o quebra-cabeça”, destacou. Segundo ele, a descoberta dissolve a idéia de que as vértebras se fusionaram ao longo do tempo.

Estudos
As pesquisas a respeito do fóssil ainda estão em andamento. Segundo Cabreira, a partir do próximo ano deve ser formada uma equipe de paleontólogos gaúchos que procederá um estudo ainda mais aprofundado. “É um trabalho muito demorado, que deve ser conduzido com muito cuidado”, disse.

Para a professora do curso de extensão em Paleontologia da UCPel, Ana Karina Scomazzon, o contato com a paleontologia é de grande importância para alunos de Ecologia e Ciências Biológicas. “Eles trabalham com o atual, o vivo. Assim, retornam às origens e entendem a história do nosso planeta. Podem compreender melhor o presente e o futuro”, disse.

Pequeno e ágil
O Ulbra – PVT 016 era extremamente veloz, de sangue quente (provavelmente temperatura semelhante à das aves), carnívoro e media 1,5m de comprimento por 50cm de altura. Os dentes possuíam serrilhas, o que facilitava o corte de ossos e tendões.

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