Alunos de graduação em Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) participaram do 2° Acampamento Nacional do Levante Popular da Juventude. O evento foi realizado de 17 a 21 de abril, em São Paulo. Estiveram presentes cerca de 4 mil pessoas de 24 estados brasileiros e representantes de outros países como Argentina, Cuba, Venezuela, Uruguai e Bolívia. Entre as atividades estiveram debates, rodas de discussão e oficinas que buscaram integrar diversos movimentos sociais e promover a troca de experiências.
O Levante Popular da Juventude é um movimento social que trabalha apoiando outros movimentos. Ele foi criado dentro das universidades no Rio Grande do Sul em 2006 com o objetivo de romper os muros das instituições de Ensino Superior e proporcionar troca de experiências com a juventude das periferias.
Sob a temática das discussões políticas da América Latina, estiveram em debate questões como militância estudantil dentro das universidades privadas, alimentação agroecológica, integração de movimentos sociais, oficinas de música, oficina de stencil, oficina de rimas como hip hop, oficina de artesanatos regionais e rodas de discussão sobre raças - com a presença do Movimento Negro -, gênero e feminismo.
Estiveram presentes também outros diversos movimentos, como Via Campesina, Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD), União dos Movimentos por Moradia de São Paulo, Juventude Operária Católica (JOC), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC), Pastoral Rural, entre outros.
A UCPel esteve representada no Acampamento pelos alunos do terceiro semestre de Serviço Social, Nino Rafael Krüger, Jéssica Lopes, Larissa Brito, Victória Tejada, Lurdes Ferreira, Patrick Masseron, Rosana Rosa, Douglas Cardoso e também Natanael Marques, do sétimo semestre.
De acordo com Nino Rafael, a experiência foi agregadora, tanto como vivência pessoal quanto pela experiência acadêmica. “Era muita diversidade. Nós trabalhamos com movimentos sociais, mas ver reunidos tantos, tão diferentes, em um único lugar, discutindo os mesmos assuntos, ao mesmo tempo, é enriquecedor”, conta. Segundo ele, poder enxergar questões simples do dia a dia - mas pelos olhos de outra pessoa -, como assuntos relativos a preconceito racial e de gênero, foi uma experiência única.
Rafael é bolsista de pesquisa da professora Cristine Jaques Ribeiro no trabalho Alimentação enquanto Direito Humano e sua relação com o Programa Camponês no Estado do Rio Grande do Sul: caso Pelotas. Ele conta que no evento ainda pôde participar de discussões sobre a questão da agroecologia, produção de alimentos sem uso de agrotóxicos que proporcionam outra relação com a terra. Ele também menciona a experiência de ter contato com pessoas de outras culturas. “O Brasil é muito grande os contrastes são imensos”, disse.