Diante do mês crítico enfrentado pelo Rio Grande do Sul, diversos locais no Estado tiveram a função de acolher pessoas desalojadas pela enchente. No Campus Visconde da Graça (CaVG), não foi diferente. A partir do dia 10 de maio, o CaVG passou a dispor de abrigo para até 140 pessoas. O prédio do alojamento do Campus foi cedido à Prefeitura de Pelotas e, desde então, recebeu famílias em situação de risco.
Para que os abrigados tivessem o devido suporte durante a estadia no Campus, o curso de Serviço Social e o Programa de Pós Graduação em Política Social e Direitos Humanos (PPGPSDH) da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), trabalharam em conjunto, desenvolvendo tarefas, atividades e momentos de descontração, tornando o ambiente mais tranquilo e confortável. Considerando isso, os dois cursos da UCPel também criaram um Projeto de Apoio às Pessoas em Situação de Abrigamento no CaVG, coordenado pelas professoras Dras. Vini Rabassa da Silva e Mara Medeiros. O projeto, baseado na escuta das demandas dos abrigados, resultou em diversas operações para a busca do que as pessoas precisavam, como atendimento médico, odontológico, psicológico e fisioterapêutico.
“A gente tinha uma ficha que sistematizou o nosso trabalho, buscando as informações necessárias para fazer os encaminhamentos das necessidades evidenciadas pelas pessoas que estavam abrigadas e, a partir desse início, pensei em trazer a proposta da roda de conversas para fazer essa escuta, não somente de forma individualizada, como fizemos, mas também de forma coletiva, por meio da metodologia dos Círculos de Construção de Paz”, comentou Queles Braz, aluna do PPGPSDH e pesquisadora do projeto.
A partir das pesquisas e das solicitações dos assistidos pelo projeto, foi percebida a necessidade da criação de um Guia de Benefícios e Programas Sociais direcionados às vítimas das enchentes no RS, com explicações acerca dos auxílios ofertados pelo Poder Público, que foi formulado, em parceria, com o Grupo de Trabalho para Ações em Direitos Humanos, Equidade de Gênero, Raça e Diversidades, e com o Inovatchê - Laboratório de Inovação -, da Justiça Federal do Rio Grande do Sul. “Diante dessa necessidade visualizada nas rodas de conversas que tivemos, buscamos essa parceria para fazer um guia intuitivo, com uma linguagem visual muito facilitada, que permite que as pessoas de pronto enxerguem as principais informações necessárias sobre os auxílios”, completou Queles.
Redação Pedro Vargas