O tráfico humano, tema da Campanha da Fraternidade de 2014, ganhou espaço mais uma vez na Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Uma roda de conversa, promovida na noite de quarta-feira (29), trouxe profissionais, intelectuais, acadêmicos atuantes e interessados no tema para provocar uma reflexão e discutir ações possíveis de serem colocadas em prática.

A roda de conversa foi composta pela irmã Luciane Piovesan, do grupo Irmãs do Imaculado Coração de Maria; Simone Reginato, representante da Secretaria da Segurança Pública do Rio Grande do Sul; Daniela Pereira Lucht, da Polícia Federal; e Diego Gonçalves, estudante de Serviço Social da UCPel. De acordo com a pró-reitora acadêmica, Patrícia Giusti, com as diversas atividades que a Universidade vem promovendo desde o início do ano, a Instituição oportuniza a discussão deste tema relevante e se coloca como agente da reflexão.

Atualmente, o tráfico de pessoas atinge mais de 20 milhões de indivíduos no mundo todo. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), este comércio está entre as três maiores fontes de renda ilícitas do planeta, produzindo lucro de 31,6 bilhões de dólares. 75% das pessoas traficadas são mulheres e afrodescendentes, com idade entre 10 a 29 anos.

Conforme dados apresentados durante o evento, o Brasil é um país de origem, trânsito e destino do tráfico de pessoas. Um diagnóstico da Secretaria Nacional de Justiça de 2012 apontou que 71% das pessoas traficadas são destinadas à exploração sexual e 29% para o trabalho escravo. 

Para o coordenador da roda de conversa, padre Guilherme Panatieri, a reunião para o debate promove a necessária reflexão e, consequentemente, a reação dos envolvidos com o tema. A atividade foi promovida pela Capelania da UCPel, pela Cáritas Arquidiocesana de Pelotas e pelo Conselho da Mulher. A roda de conversa integra a programação do 4º Salão Universitário.