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Trabalho de ex-alunas da Fisioterapia é reconhecido internacionalmente
29.06.2012 | 09:51 | #fisioterapia
Trabalho de ex-alunas da Fisioterapia é reconhecido internacionalmente
Uma ideia de egressas do curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) se materializou em forma de benefício para pacientes do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Além de ajudar a quem precisa, o trabalho de Thamires Seus e Pâmela Dias foi reconhecido internacionalmente na edição deste mês da revista Physiotherapy Research International. Sob o título “Exercício resistido com treinamento aeróbico é melhor que o treino de força isolado em pacientes que realizam hemodiálise - Resultados de um ensaio clínico randomizado", o estudo das fisioterapeutas provou que pedalar melhora a capacidade dos pacientes de hemodiálise de realizar exercícios. A iniciativa das ex-alunas da UCPel fez com que o Hospital implantasse bicicletas ergométricas no setor de nefrologia.

O estudo foi feito em 2009. Desde então, com a comprovação da melhora no desempenho físico dos pacientes, o Hospital adotou na sessão de hemodiálise a prática proposta no trabalho: sugerir aos pacientes que tiverem condições de pedalar, que o façam por 20 minutos durante dez semanas. De acordo com os resultados apontados na produção de Thamires e Pâmela, quem usa o cicloergômetro durante as sessões de hemodiálise consegue caminhar maiores distâncias e melhorar o desempenho funcional.
A hemodiálise traz complicações aos pacientes com doença renal, pois, com as alterações no organismo, eles se sentem cansados e com dores, o que diminui sua resistência física. Durante a pesquisa, eles foram divididos em três grupos: aqueles que passaram apenas pela hemodiálise, os que aliavam fisioterapia ao tratamento e, ainda, quem fazia hemodiálise, fisioterapia e usava o cicloergométrico. 

Para avaliar estes grupos, foi realizado um teste que mediu a distância caminhada por eles durante seis minutos. Esta avaliação foi feita antes e após os treinamentos com bicicleta ergométrica, que ficava à frente da cadeira de hemodiálise e era usada enquanto os pacientes estavam em tratamento. Quem pedalou, caminhou cerca de 40 metros a mais no teste posterior ao uso da bicicleta. “Além de vermos em números a melhora física destas pessoas, percebemos, também, a melhora emocional”, afirmou Pâmela, uma das autoras do estudo.

Os pacientes dos outros dois grupos, que não pedalaram, também realizaram os testes e comprovaram a eficiência do treinamento com bicicleta, pois a distância percorrida por eles diminuiu significativamente. Houve uma diferença de cerca de 20 metros a menos entre a primeira e a segunda avaliação com estes grupos.

Leni Silveira, de 56 anos e em hemodiálise há quatro, acompanhou o estudo desde o seu princípio e aceitou participar dele. “Elas [Thamires e Pâmela] foram atenciosas durante todo o tempo. Resolvi aceitar o desafio, percebi que não era difícil pedalar e hoje vejo que valeu a pena”, afirmou. A ideia das fisioterapeutas inspirou Leni a comprar uma bicicleta ergométrica para sua casa. Dedicada, ela afirma pedalar todos os dias. “Meia hora, sempre”, disse Leni. Quem também se beneficiou com a ideia das egressas da UCPel foi Eduardo Gomes, de 56 anos. Desde 2009 fazendo tratamento, ele diz que nota melhora a cada dia que pedala. “Minhas pernas ficam mais fortes e consigo caminhar com mais facilidade”, observou.

Segundo Thamires e Pâmela, ver os resultados práticos da pesquisa e, ainda, a publicação do artigo na Physiotherapy Research International significou uma vitória. “Desde 2009, quando concluímos a pesquisa, vínhamos tentando fazer com que ela fosse reconhecida. Agora, ver nosso trabalho nesta revista é muito gratificante”, afirmou Thamires. A revista é uma das maiores publicações na área de Fisioterapia em todo o mundo, com trabalhos que representam a variedade de culturas e de contextos onde as suas atividades são aplicadas. O trabalho publicado pode ser acessado aqui.
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