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TCC aborda relação entre jornalismo impresso e construção da memória
01.08.2012 | 10:02 | #jornalismo
TCC aborda relação entre jornalismo impresso e construção da memória
Onde vai parar o jornal de domingo quando o de segunda é impresso? O questionamento, baseado na crescente dúvida sobre o futuro do jornal impresso frente às novas tecnologias, foi um dos estímulos para a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do formando em Comunicação Social – Jornalismo da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) Bruno Schuch. O estudo teve como título o tema “O jornalismo como fator construtivo da memória – O Jornal Alvorada e o Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo”.

Como estudo de caso para seu trabalho, Schuch utilizou o Jornal Alvorada, impresso que foi fundado em Pelotas em maio de 1907 e circulou até 1965, inclusive por municípios como Bagé, Jaguarão e Alegrete. O centro das pautas do periódico eram as reivindicações da comunidade negra, que, à época, sofria discriminação por recém ter saído da escravidão – o Jornal nasceu 19 anos depois da abolição da escravatura no Brasil – e estar ocupando a classe operária, na base da pirâmide social. Em suas páginas figuravam desde tradicionais notícias até informações sobre as festividades dos clubes negros, hábitos sociais e uma coluna com denúncias de atos discriminatórios. “O Alvorada surgiu com características voltadas para a comunidade negra, para dar voz a essa classe que não tinha espaço. Mas, com o tempo, acabou adquirindo um caráter mais abrangente e passou a ser lido por toda a comunidade pelotense e de arredores”, comentou Schuch.

Antigo estagiário do Laboratório de Acervo Digital da UCPel, Schuch acompanhou de perto o trabalho de digitalização das edições do Alvorada arquivadas no Clube Fica Ahí. E foi ao observar a importância do Jornal para a configuração da memória individual e coletiva dos frequentadores do clube que surgiu a ideia de abordar o assunto no TCC. “O estudo, em si, não se deu em cima do Jornal Alvorada. Foi apenas um exemplo usado para demonstrar que o jornal impresso pode ser uma fonte riquíssima quando utilizado como documento histórico que é fruto da comunidade onde está inserido e ajuda a construir o retrato dessa própria comunidade”, disse. “Considero esse o maior valor do jornalismo. É aí que ele cumpre seu papel”.

O trabalho “O jornalismo como fator construtivo da memória – O Jornal Alvorada e o Clube Cultural Fica Ahí Pra Ir Dizendo” foi orientado pela professora Margareth Michel.
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