Foram 460 furos de sondagem SPT (Método de Execução de Sondagens de Simples Reconhecimento de Solos) os responsáveis pela caracterização geotécnica do solo da cidade de Pelotas. O estudo, desenvolvido por três egressos da Engenharia Civil da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), deverá auxiliar a implantação de novos empreendimentos nas áreas da construção civil e de infraestrutura no município.
O rico banco de dados coletado e analisado pelos engenheiros Aline Beloni, Fábio Gomes e Lucas de Quevedo também poderá auxiliar a realização de outros trabalhos acadêmicos. De acordo com Fábio, o estudo será importante para empresas, que poderão utilizar os dados para previamente estimar o tipo de solo que encontrarão na região.
Para conseguir reunir os dados das 460 perfurações, os egressos da UCPel contaram com o apoio de três empresas da região, que forneceram os boletins de sondagem. Esses dados foram organizados em sete macrorregiões nomeadas conforme os principais bairros de Pelotas.
As macrorregiões foram divididas em microrregiões para que se pudesse analisar diferentes tipos de solos de uma mesma macrorregião. “Na região do Areal, por exemplo, foi dividida em dois perfis de solos diferentes. No Fragata foi encontrado três, na Marina Ilha Verde um, no Laranjal dois, nas Três Vendas dois, no Centro dois e na Colina do Sol quatro”, exemplifica Aline.
Em apenas seis meses, os engenheiros conseguiram reunir, analisar e catalogar todas as informações recebidas, utilizando ferramentas como o editor de planilhas Excel e o Google Earth para obter os resultados. “Fizemos um mapa no Google com a localização de todos os furos dentro de Pelotas”, relembra Lucas.
O estudo dos engenheiros apontou que o solo com maior capacidade de carga se localiza no bairro Três Vendas. Já a Marina Ilha Verde é bairro com o menor suporte de carregamento.
Análise
Para analisar as características dos tipos de solo encontrados, foi levada em consideração a proximidade entre os furos e a análise das camadas de solo. Através de gráfico do SPT, foram analisadas a resistência do solo de acordo com o avanço da profundidade correlacionada ao número de batidas necessárias para o equipamento de cravação avançar os 30 centímetros iniciais e os 30 finais, conforme norma da área. A partir daí, gráficos de linhas representando a média da resistência de cravação mínima, máxima e a média entre ambas foram gerados.
A terceira etapa do trabalho serviu para descrever os solos encontrados de acordo com as suas limitações, levando em consideração características como consistência, baixa capacidade de suporte, deformabilidade e posicionamento do lençol freático.
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