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Ruptura social causada pelo uso da tecnologia é abordada no evento Cenários, Tendências e Desafios
10.10.2017 | 15:50 | #edr
Ruptura social causada pelo uso da tecnologia é abordada no evento Cenários, Tendências e Desafios
A terceira edição do evento Cenários, Tendências e Desafios da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) apresentou um apanhado geral das novas tendências para 2018. A diretora do Instituto Pesquisas de Opinião (IPO), Elis Radmann, abordou algumas das principais mudanças responsáveis por impactar diretamente mercados e negócios.

Uma nova ruptura, causada pelo uso do smartfone - responsável por inúmeras benfeitorias, a ponto de se tornar uma extensão do braço humano -, também vem tornando as pessoas mais individualistas, afirmou a socióloga. “O uso da tecnologia vem alterando o comportamento das famílias, do mundo do trabalho e de todas as relações sociais estabelecidas”, pontuou.    
 
De acordo com a coordenadora do IPO, o smartfone tem influência no cidadão, no consumidor e no eleitor, porque oferece conhecimento. Inovações como o aplicativo Uber, Netflix e Airbnb, por exemplo, estão obrigando o estado a se reorganizar. Elis citou a chegada ao Brasil do novo robô da IBM, que passará a disputar o mercado de trabalho com profissionais. “Esse robô, altamente tecnológico, entra no Brasil e deverá afetar categorias como a dos bancários. Um único robô vai substituir 33 trabalhadores e realizar 55 mil operações, incluindo as gerenciais. E chega também para atuar nas áreas médicas e jurídicas”, informa.  
 
A aposta da socióloga é que esse cenário deverá alterar o mundo do trabalho de forma devastadora nos próximo três anos. “Essa mudança será tanto para o bem quanto para o mal. Vamos ter grandes avanços tecnológicos, resultabilidade, mas também teremos um grande contingente de trabalhadores fora do mercado de trabalho”, afirmou. 
 
Outro ponto destacado por Elis é que o smartfone desconecta as pessoas umas das outras. “Todos os estudos que estamos fazendo demonstram uma doença social grave, porque ela transforma as pessoas em indivíduos conectados com o seu celular”, afirmou. A distração digital também foi mencionada. Estudos demonstram que as pessoas não conseguem ficar 60 segundos sem olhar o celular, o que acarreta na dificuldade da retenção da informação.
 
O empoderamento, devido ao acesso a informação, deu ao consumidor a liberdade para demonstrar amor ou criticar tudo de forma intensa. “Mas isso não significa o aumento de consciência, de entendimento. É apenas criticidade” disse. Esse fenômeno se dá, conforme explicou a palestrante, devido a individualização, que torna o mundo mais banalizado e instantâneo.    

Cenário no Rio Grande do Sul    
 
Elis comentou que um estudo feito recentemente pelo IPO demonstrou que 65% dos gaúchos enfrentam o endividamento maior que a capacidade de quitação das dívidas. Apesar da queda nos indicadores gerais, a pesquisa demonstra a reorganização por parte da sociedade, especialmente devido ao crescimento do trabalho informal para aumentar a renda familiar. 
 
97% dos gaúchos demonstram desconfiança das instituições. “Apenas um quatro confia no Governo do Estado, menos de 20% confiam na Justiça e menos de 10% confiam no Poder Legislativo. As pessoas dizem nas entrevistas que o desenvolvimento do estado ocorre pela força do empresariado”, informou. 
 
O Rio Grande do Sul enfrenta ainda uma crise de insegurança. “Há 10 anos o índice de insegurança era cerca de 10%. Hoje no RS o indicador de insegurança é 70%. O sintoma dessa doença é o medo”, disse.
 
Outro estudo feito pelo IPO aponta a preferência de 80% dos gaúchos pela democracia. 90% desejam alteração na forma de governar e também querem resultados. Saúde e segurança são as áreas mais problemáticas a serem enfrentadas pelo próximo governante em 2018.  

Redação: Rita Wicth – MTB 14101

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