Na noite de terça-feira (04), quem esteve no auditório Dom Antônio Zattera, no Campus I da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), pode prestigiar a palestra do Editor Chefe de Imagem do jornal Zero Hora (ZH), Ricardo Chaves. Além de conhecerem mais sobre a carreira, os acadêmicos do curso de Comunicação Social – Habilitação Jornalismo tiveram a oportunidade de praticar a profissão, transmitindo a palestra em tempo real pelo microblog Twitter. Alunos da graduação também fotografaram a palestra. Encontros entre profissionais da ZH e acadêmicos foram realizados em 18 cursos do Rio Grande do Sul.
O segredo da prática nos 40 anos na profissão, segundo ele, é não perder o entusiasmo. Filho de jornalista, Chaves contou como surgiu o interesse pela fotografia e sobre as dificuldades de um fotógrafo nos tempos em que era utilizada apenas câmera analógica e o transporte dos filmes era complexo. “Hoje tudo é bem mais fácil, mas o risco também é bem maior. Vem foto de todos os lados, pelo e-mail tudo passa. Vejo cerca de três, quatro mil fotos por dia”, alertou, deixando um recado aos presentes. “Vamos rever o que queremos como jornalistas e sermos exigente com nós mesmos”, disse.
Os questionamentos sobre qual e como cada foto se enquadra nas mais diversas situações foram igualmente abordados. Entre os diversos relatos, o contador de histórias destacou, orgulhoso, a cobertura que fez na eleição do papa João Paulo II.
A credibilidade dos veículos também esteve em debate. “Com a grande interatividade, hoje o leitor tem espaço no jornal, mas a decisão do que deve ser publicado é do jornalista, que deve assumir cada vez mais essa responsabilidade. É preciso ser criterioso”, afirmou. O editor comentou também que os recursos para a manipulação de imagens exigem maior atenção na seleção.
As dificuldades enfrentadas na atividade, e, entre elas, a proximidade do fotógrafo com situações de calamidade, envolvendo mortes, foram assunto. “Não tem como não se emocionar”, disse o editor, ao mostrar ao público fotos de um deslizamento.
Mesmo com essa problemática, o palestrante afirmou que o jornalismo é a “melhor profissão do mundo”, pois possibilita interação com diversos segmentos. Finalizou dizendo que nunca é demais querer aprender. “Quem estiver a fim de rir e sofrer, ‘vai nessa’”, provocou.