/ Notícias / Quiosque foi cenário para lembranças de Carnaval
Quiosque foi cenário para lembranças de Carnaval
06.12.2010 | 11:42
Quiosque foi cenário para lembranças de Carnaval
Vestida a caráter e com uma saudação africana aos antepassados, a griô Sirley da Silva Amaro iniciou a apresentação “Histórias de Carnaval”, na tarde da sexta-feira (03). Finalizando a oficina de História “Recorda Pelotas: Um retorno ao passado”, do Centro de Extensão em Atenção à Terceira Idade da Universidade Católica de Pelotas (CETRES/UCPel), diversas pessoas participaram de uma roda de conversa em frente ao Quiosque Nelson Nobre Magalhães. Relembrar os antigos Carnavais vividos na cidade foi o objetivo do evento organizado pelo aluno do curso de Tecnologia em Gestão de Turismo e ministrante do projeto, Raimundo Alexandre de Sousa Junior.

Além de valorizar a história de Pelotas, os contos da griô fizeram a platéia voltar ao passado. Animado, o público presente acompanhou Sirley nas canções. “Aqui era o verdadeiro Carnaval. Eu participei muito. Este espaço deveria ser mais divulgado, ter o apoio do poder público”, disse o militar aposentando Paulo César Brizolara, de 55 anos. Das marchinhas de 1940, Sirley cantou algumas como “Mangueira” e “Modureira”. “Eu era pequeno e não conseguia pisar no chão de tanta serpentina que ficava espalhada depois do Carnaval”, lembrou o funcionário público aposentado Antônio Carlos Caetano. Atualmente morador de Porto Alegre, Caetano afirma sentir um aperto no peito ao escutar as canções em sua cidade natal. “Venho seguido a Pelotas. É muito bom ver essas expressões neste espaço. Pena que esse Carnaval não volta mais, era um dos melhores do Brasil”, afirmou.

Segundo Sirley, o que hoje se chama comissão de frente em um desfile de Carnaval, antigamente eram os puxões de cordão, na qual seu pai fazia parte. “A canção Girafa da Cerquinha era muito conhecida na época”, disse. “Em 1945, quando tinha nove anos, participei pela primeira vez da festa e não tinha samba enredo, as pessoas compravam livrinhos do Rio de Janeiro e ouviam as canções no rádio para aprender”. No embalo, a griô fez o público cantar os famosos versos “Nega do cabelo duro, qual é o pente que te penteia” e “É o galo, é o galo oitocentos porões”.

Para a apresentação, já mostrada na Feira do Livro de Porto Alegre deste ano, Sirley contou com o percussionista e acadêmico do sexto semestre do curso de Produção Fonográfica da UCPel Davi Mesquita. Coordenado pelo professor da graduação Daniel Botelho, o projeto “Recorda Pelotas” é parceria entre o Quiosque Nelson Nobre Magalhães numa parceria com Laboratório de Eventos, o Laboratório de Acervo Digital e o CETRES da Católica.
Compartilhe:

Leia Mais
EU FAÇO
A UCPEL.
E VOCÊ?