O cuidado psicológico transcende os limites da clínica. Dedicando mais atenção à Psicologia no Sistema Único de Saúde (SUS) e atendimento em serviços públicos, e com intenção de manter enfoques atuais, o curso de Psicologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) lança novo currículo. As transformações na graduação começam a vigorar a partir do próximo semestre.

De acordo com o diretor da Escola de Psicologia, professor Ricardo Azevedo da Silva, há um debate contínuo sobre o ensino da área. As tendências apontam para a saúde pública como enfoque significativo, especialmente em relação à prevenção da saúde, e revisão das formas de atendimento aos portadores de sofrimento psíquico grave, apoiado no modelo dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS). “Buscamos ênfase nos modelos de atuação na saúde pública, melhorar a saúde coletiva, sem perder de vista a formação na psicoterapia da clínica privada. Uma formação comprometida com o SUS e com enfoque não só na atenção, mas na prevenção das dificuldades psicológicas”, disse.

Segundo ele, há um redirecionamento da profissão para atuação na saúde coletiva, e há cerca de quatro anos a área da Psicologia tem maior inserção no SUS. “A Escola de Psicologia tem estado muito atenta aos movimentos ocorridos no âmbito nacional para o ensino da Psicologia e as inovações decorrentes desses cenários da mesma forma que tem valorizado a própria tradição no curso, que foi fundado há 33 anos”, disse a coordenadora do curso, Maria Clara Salengue.

Conforme o diretor, o Ministério da Educação (MEC) sugere que existam ênfases na formação do aluno em Psicologia. O novo currículo do curso na Católica vai abranger estágios e disciplinas eletivas para complementar adequadamente a trajetória acadêmica do estudante. “O objetivo é permitir um paulatino aprendizado da ação dos psicólogos”, destacou. Desde o primeiro semestre os alunos terão diferentes tipos de estágios, em áreas como Unidades Básicas de Saúde (UBS), avaliação psicológica, psicologia da saúde, psicologia da educação ou do trabalho, com a possibilidade de que o estudante se aperfeiçoe na área que mais lhe interessa.

O novo currículo prevê também 200 horas de atividades complementares, ou seja, participação em projetos de extensão, pesquisa, entre outros. “Temos um conjunto de serviços que servem tanto aos estágios quanto às pesquisas”, salientou Silva, ao lembrar que o curso é respaldado por um completo serviço de saúde psicológica, com atendimento na Clínica Psicológica, duas UBS, Campus da Saúde e Hospital Universitário São Francisco de Paula, além do CAPS-Escola. “Temos um serviço psicológico de impacto na comunidade”, disse a coordenadora.

As 22 disciplinas eletivas que o aluno pode cursar se desejar têm o objetivo de fugir do modelo pré-determinado, e apresentar ao aluno a possibilidade de aperfeiçoar-se na área de seu interesse. Destas, nove são obrigatórias.

Aperfeiçoamento
Além das atualizações curriculares, o curso de Psicologia atua em outras frentes para o aprendizado dos alunos. De acordo com Maria Clara, a graduação está em constante movimento para o aperfeiçoamento dos futuros psicólogos.

Um dos destaques fica por conta das pesquisas, cujo grupo de orientadores é ligado ao Mestrado em Saúde e Comportamento, avaliado com nota máxima pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “As oportunidades de pesquisa, com bolsa ou voluntária, são muito grandes”, afirmou Silva.