Visando ampliar o acesso e promover maiores oportunidades, o curso de Psicologia da Universidade Católica de Pelotas (UCPel) será ofertado em horário noturno. Ingressantes no processo seletivo 2024/1 já poderão usufruir do novo cronograma.
Fundada em 1973, a graduação de Psicologia UCPel é uma das mais antigas do Rio Grande do Sul. Seu currículo é constantemente atualizado buscando uma melhor promoção de diagnóstico, prevenção e tratamento em diferentes níveis de complexidade em saúde mental. “Nosso curso mescla tradição e inovação”, destaca a coordenadora Maria Clara Salengue. Esta mudança de oferta de horário reflete nesta constante atualização do curso.
A UCPel aplicou uma pesquisa com a comunidade a fim de compreender qual seria o horário mais adequado à rotina dos futuros estudantes de Psicologia da instituição. A coordenadora do curso atenta para o fato de que apenas os ingressantes no primeiro semestre do curso participarão da transição. Aqueles que já iniciaram seus estudos não terão alterações em suas matrizes curriculares ou horários.
Já no começo do curso, que tem duração de dez semestres, os acadêmicos têm a oportunidade de atuar junto à comunidade. A Psicologia da UCPel possui clínica própria — localizada junto ao Campus I da Universidade. Mais de 3 mil usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) são atendidos anualmente pela clínica. Além disso, os alunos também estão presentes nas seis Unidades Básicas de Saúde (UBSs) administradas pela UCPel; no Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP); e nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) do município.
Atendimentos em instituições de acolhimento como o Instituto de Menores Dom Antônio Zattera (IMDAZ) e participação em projetos de extensão de diversas áreas de atuação também estão entre as atividades realizadas pelo curso. Apenas em 2022, segundo informado pela coordenação do curso, foram mais de 8 mil atendimentos à comunidade.
Um aumento expressivo na procura por cursos de Psicologia vem sendo observado no cenário educacional. Dados do Censo da Educação Superior realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), revelam que mais de 315 mil pessoas iniciaram seus estudos nesta área em 2022. Um crescimento de 112,4% nas matrículas também foi constatado na última década.
Em virtude destes números o curso de Psicologia figura como a segunda maior graduação presencial no país, ficando atrás apenas do curso de Direito. No ranking geral, onde são comparados cursos com a possibilidade de oferta à distância, o curso se mantém como o sexto maior do país.
O mercado de trabalho para profissionais desta área também se mostra bastante promissor. Um estudo feito pela Associação Brasileira de Psicologia da Saúde constatou que mais de 80% dos psicólogos tiveram aumento da demanda de pacientes.
Este movimento aponta para uma crescente valorização da compreensão da mente humana e das relações interpessoais, bem como do trabalho desenvolvido pelos psicólogos, aponta a docente da UCPel Rosane Feijó. “As pessoas, atualmente, conseguem perceber o objetivo do nosso trabalho profissional, que é a promoção e prevenção na saúde mental”, declara.
A sociedade contemporânea, marcada pela crescente conscientização sobre saúde mental, tem impulsionado essa busca significativa pelo curso de Psicologia não apenas no público recém-formado no ensino médio. Ainda segundo o Censo da Educação Superior, houve um aumento de 67% no número de matrículas de alunos que já tinham uma graduação e estavam em busca de outras áreas de atuação.
Este é o caso de Janaína de Souza. Atualmente em sua segunda graduação, a acadêmica revela sempre ter sonhado em cursar Psicologia, mas, por sua situação financeira à época, decidiu por outro curso em uma instituição pública de ensino superior. “Acabei optando pelo curso de Direito e em seguida pude trabalhar”, relembra.
Sua atuação no mercado de trabalho permitiu que Janaína retomasse seu sonho. A aluna conta ainda que seus filhos foram grandes motivadores desta virada de carreira. “Depois de incentivá-los a irem atrás dos seus sonhos, eles também me cobravam um pouco disso, de ingressar na Psicologia”, diz.
Depois da motivação familiar, Janaína declara ter alcançado uma realização pessoal e profissional. “Estou muito feliz no curso que sempre quis fazer”, relata. “E é aquela coisa, os sonhos não têm idade”, conclui.
Redação Caroline Albaini