Os programas e projetos de extensão desenvolvidos pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel) receberam mais de 1,5 mil inscrições de acadêmicos interessados em integrar as ações programadas para 2021. O número recorde de interessados também pode ser observado na submissão e aprovação das iniciativas: 35 ao todo, em áreas como saúde, justiça, educação, cidadania, patrimônio e inclusão digital.
Além de qualificar a divulgação dos projetos ao longo de 2020, a curricularização da extensão e um maior interesse por parte dos professores foram determinantes para o sucesso obtido, avalia o coordenador do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR), professor Ezequiel Megiato.
Conforme Megiato, os projetos precisaram se reinventar em função da pandemia. “Esse resultado foi tão positivo que o EDR tem tido muita procura por parte da sociedade para receber as nossas iniciativas”, comenta. A principal adaptação dos grupos foi a utilização de ferramentas digitais e de novas metodologias para manter o contato com a comunidade.
Na avaliação da professora Carla Ávila, coordenadora do projeto Relações Étnico-Raciais, o número expressivo de interessados é fruto de todo um investimento feito pela universidade e por seus professores. “Ações extensionistas são consideradas tradicionais dentro da UCPel. O Núcleo de Economia Solidária e Incubação de Cooperativas, por exemplo, existe há 20 anos, e esse investimento é fundamental para manutenção do tripé ensino, pesquisa e extensão”.
Para 2021, na programação dos 35 projetos segue a participação no espaço Quartas da Extensão, voltado ao debate e análise sobre problemas enfrentados pelas comunidades. Caso os protocolos emitidos pelo do governo do estado e prefeitura de Pelotas permitam, ações in loco nos bairros com atuação específica sobre temas da pandemia estão previstas para ocorrer.
Mesmo com vários ganhos em muitas frentes, como maior alcance da população devido o uso das ferramentas digitais, a pandemia impossibilitou uma série de ações, especialmente aquelas que seriam realizadas in loco. Outro desafio enfrentado, destaca Carla, foi o de vencer limites impostos por quem não tem boas condições de acesso à internet. “As ferramentas digitais exigem uma boa internet, um bom computador e smartphone”, lembra.
Conforme a coordenadora do Programa Atenção Materno Infantil nos serviços de saúde da UCPel, Luísa Corrêa de Oliveira, o ano de 2020 foi de adaptação e de criação de materiais educativos para uso em redes sociais e grupos de whatsapp. Para compensar a falta de contato com a comunidade, acadêmicos ainda criaram grupos de estudos sobre temas de interesse. “Estudantes da Odontologia fizeram uma pesquisa sobre o teor de açúcar utilizado em alimentos infantis, especialmente aqueles que usam personagens animados”, completa.
Para 2021, com o cenário da pandemia ainda bastante incerto, a proposta segue sendo pensar em outras formas de interação social. “Extensão pressupõe estar na rua. Enquanto isso não for possível, nosso comprometimento é com a identificação de novos formatos para reencontrar as pessoas”, finaliza Megiato.
Redação: Rita Wicth - MTB 14101