A professora da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Dra. Vini Rabassa, recebeu o título de Cidadã Emérita da cidade de Pelotas. A homenagem foi feita pela Câmara de  Vereadores, numa indicação da vereadora Miriam Marroni, e acontece anualmente, sempre durante a semana de aniversário de Pelotas.

Vini é professora da UCPel há 50 anos, começando a sua trajetória em 1974, como docente do curso de Serviço Social um ano após se formar. Com o coração em sua formação cristã, que começou no movimento estudantil no Colégio São José, Vini percebeu a necessidade de colocar em prática os ensinamentos de Jesus.

Sua primeira experiência após a formação na universidade foi na Cáritas, onde recebeu título de presidenta, sendo a primeira mulher a assumir o cargo. Na posição, atendeu pelotenses em situação de vulnerabilidade social. Um dos seus grandes desafios foi a enchente de 1970, quando mobilizou 150 pessoas para ajudar aqueles que necessitavam.

Após se desligar da Cáritas, ela atuou em diversos projetos na UCPel. Entre eles, projetos que auxiliaram meninas e mulheres vítimas de violência. É uma das idealizadoras do Projeto Observatório Nosotras, que trabalha com dados de mulheres vítimas de violência, proporcionando dados para a criação de políticas públicas mais eficientes.

Atualmente, está realizando uma pesquisa para o Conselho Municipal da Mulher e a Procuradoria-Geral da Mulher da Câmara Municipal, visando realizar o diagnóstico da rede de atendimento às mulheres.

Vini foi coordenadora de extensão na UCPel, pró-reitora de Pesquisa, e participou do programa de pós-graduação em Política Social e Direitos Humanos. Já foi coordenadora do curso e atualmente é professora e pesquisadora do curso de pós-graduação.

Ela se sente muito feliz e emocionada pelo título, e pelo que ele significa. Para ela, a causa que defende é em defesa, intransigente, dos direitos sociais e dos direitos humanos, uma causa por uma luta que muitas vezes envolve ações que podem parecer pequenas. “É uma luta por uma sociedade mais equitativa, uma sociedade mais justa, uma sociedade sem discriminação, com respeito às diversidades, uma sociedade onde todas as pessoas não só tenham o direito a viver com dignidade, mas que de fato possam sentir no seu cotidiano a efetivação desse direito”, pontua.

Vini espera que este reconhecimento anime as próximas gerações. Segundo ela, a luta por uma cidadania plena para todas as pessoas não acontece de um dia para o outro, mas é uma construção permanente que possibilita avanços. “Mas já se pode perceber avanços, avanços no nosso país, na nossa cidade. Agora mesmo, com a questão da calamidade pública, é possível perceber isso”, conclui.

Segundo a professora, a Universidade Católica de Pelotas tem um grande papel em sua trajetória. “Eu devo à UCPel a minha formação e, depois, a oportunidade de continuar exercendo a docência, o que me possibilita até hoje estar sempre aprendendo com alunos desde a graduação até o mestrado e doutorado. A UCPel me propiciou essa formação desde a graduação até a pós-graduação e me permite, no exercício da docência, continuar multiplicando conhecimentos e pesquisando, descobrindo a cada dia novas coisas, aprendendo e podendo também contribuir com as atividades de extensão que nos possibilitam. A UCPel merece, junto comigo, essa homenagem”, salienta.

Redação Betânia Bierhals