“É o sonho de todos que atuam na indústria da moda”, define Francys Saleh, professora do curso de Tecnologia em Design de Moda da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). A docente realiza, durante esta semana, curso de moulage na L’École de la Chambre Syndicale de la Couture Parisienne, escola francesa que teve alunos de destaque como Valentino e Yves Saint Laurent.
Controlada pelo Instituto Francês da Moda e o Sindicato de Alta Costura, é considerada a principal escola de formação técnica de modelagem e costura. “É conhecida como A escola”, diz Francys. Está associada às principais marcas do setor, como Chanel, Chloé, Dior, Givenchy, Jean Paul Gaultier e Louis Vuitton.
O curso de moulage é oferecido apenas uma vez no ano e de modo presencial. Em 2020, o processo precisou ser adaptado em virtude da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). A professora da UCPel, inclusive, estava com a viagem organizada, com passagens aéreas compradas e hotel reservado em Paris.
Com a mudança, as aulas ministradas por Melissa Schleich, que atua em ateliês da França como Sônia Rykiel, passaram para o formato remoto. Os encontros virtuais são voltados ao aprimoramento da técnica tridimensional de moulage. Diferente da modelagem plana, realizada em papel, o método ocorre através da manipulação do tecido diretamente no manequim.
Francys diz que estuda a moulage há 15 anos e agora está indo na fonte para obter mais conhecimento. “O berço da moulage é a França. Por isso, estou em busca dos segredos. Já aprendi coisas diferentes, que só se consegue perceber indo na raiz”, revela.
Sobre as primeiras lições, a docente conta que precisou adaptar o seu manequim para as medidas europeias. “Ficamos mais de seis horas neste processo que envolve as conferências das linhas e o posicionamento correto dos alfinetes de acordo com a técnica francesa”, entrega.
O curso transcorre em tempo integral durante cinco dias. Enquanto professora da disciplina que aborda a moulage, Francys pretende levar o conhecimento adquirido no curso para a sala de aula. “Sempre primei por ensinar a técnica de maneira fiel aos conceitos e metodologia da origem francesa. Com essa experiência, poderei contribuir ainda mais para a formação dos estudantes”, espera.
Redação: Max Cirne