Em reconhecimento a toda uma trajetória de vida e profissão, o médico, pesquisador e um dos fundadores do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Giovanni Baruffa, recebeu no mês passado um pergaminho do Vaticano, abençoado e assinado pelo próprio papa Bento XVI. A entrega foi feita na cidade de Abano, na Itália, quando Baruffa foi convidado à festa bienal da organização não-governamental Médicos com a África (Cuamm).

 Baruffa recebeu a honraria juntamente com o diretor da Cuamm, Luigi Mazzucato e uma enfermeira que atuou na instituição, no dia 10 de junho. Os três completaram oitenta anos recentemente. A entrega foi feita pelo arcebispo Oscar Rizzato.

 Baruffa trabalhou 10 anos na África, e atuou com leprosos e pessoas portadoras de doenças tropicais. Em sua opinião, o pergaminho enalteceu sua atividade e da ONG na África. “O pergaminho invoca a bênção de Deus sobre a minha pessoa, porque trabalhei com os mais abandonados, com a intenção de ajudar. Foi uma missão, um desafio, em um campo que não conhecia muito bem e pude pesquisar”, disse.

 O professor e pesquisador atua desde 1955, e além do tempo na África trabalhou em favor dos indigentes no Brasil e pesquisou em especial a Doença de Chagas. De acordo com ele, o recebimento da honraria se deu com surpresa. Mesmo tendo visitado a Itália há poucos dias, foi novamente convidado para estar presente na festa da Cuamm, e não compreendeu a insistência da entidade para que estivesse presente, a não ser na hora em que foi anunciada a entrega. “Fiquei muito contente pelo reconhecimento do trabalho com os pobres, com a docência e a pesquisa”, disse. Baruffa é professor emérito da UCPel e da Fundação Universidade do Rio Grande (FURG) e um dos fundadores dos cursos de Medicina das duas instituições de ensino.