O professor da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Fernando Barros, integra lista dos mais influentes do mundo conforme um estudo da Plos Biology. O ranking mundial lista os cem mil pesquisadores mais importantes devido ao impacto produzido por suas pesquisas ao longo dos anos. Além de Barros, 600 outros pesquisadores brasileiros também foram reconhecidos por sua contribuição à ciência.
Liderado por uma equipe da Universidade de Stanford (EUA), o estudo, intitulado, Updated science-wide author databases of standardized citation indicators, usa citações da base de dados Scopus para atualizar a posição dos cientistas em dois rankings: o impacto do pesquisador ao longo da carreira e; o impacto do pesquisador em um único ano, neste caso o ano de 2019. O estudo pode ser acessado neste link.
Atualmente, Fernando Barros coordena o Mestrado Profissional em Saúde no Ciclo Vital da UCPel. Também colabora com o Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Após o curso de Medicina, fez Residência em Pediatria no Hospital dos Servidores do Estado no Rio de Janeiro. Cursou mestrado em Saúde Materno-Infantil no Institute of Child Health, da Universidade de Londres, Reino Unido, e doutorado na London School of Hygiene and Tropical Medicine, da mesma Universidade.
Em seu trabalho de doutorado, deu início em Pelotas à Coorte de Nascimentos de 1982, que contribuiu para projetar a ciência brasileira no cenário internacional. O estudo das Coortes de Pelotas ensejou a criação do Centro de Pesquisas da UFPel e do Programa de Pós-Graduação em Epidemiologia. Seus estudos ajudaram a demonstrar o impacto do nascimento prematuro e de restrições do crescimento fetal durante a gestação sobre a mortalidade infantil, a saúde e o desenvolvimento da criança.
Além de outros projetos, entre 2007 e 2018, foi o coordenador no Brasil do Projeto Intergrowth 21st, que desenvolveu as primeiras curvas de crescimento internacionais para avaliação do crescimento do bebê durante a gestação e das medidas do recém-nascido. Sem precedentes na história na pesquisa epidemiológica, as novas curvas fornecem um parâmetro para detectar desvios precoces do crescimento e diagnosticar situações de risco nutricional à saúde de bebês ainda no útero, independentemente de origem étnica ou geográfica.
Recentemente, seus trabalhos publicados nas revistas The Lancet e British Medical Journal, em 2018, analisaram os números e as consequências da epidemia de cesárias no Brasil e no mundo. Os resultados apontaram que o excesso de cesarianas no Brasil - a taxa no país é de 55% - está diretamente associado a um aumento de nascimentos de crianças pré-termo e com 37-38 semanas. Esta situação produz importantes prejuízos à saúde durante toda a vida, aumentando a prevalência de doenças e as taxas de mortalidade.
Autor de mais de 450 artigos científicos, além de dois livros de ampla circulação, atua principalmente em pesquisas nas áreas de saúde materno-infantil, mortalidade perinatal e infantil e desigualdades sociais em saúde.
Redação: Rita Wicth - MTB 14101
*Com informações da Assessoria de Imprensa do Centro de Epidemiologia da UFPel