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Processo de envelhecimento é tema de aula na Medicina
15.04.2016 | 15:21 | #medicina
Processo de envelhecimento é tema de aula na Medicina
A população com mais de 65 anos de idade é a que mais cresce no mundo. O Brasil é um dos líderes desse ranking e já é considerado um país em processo de envelhecimento. Dentro de no máximo 20 anos, será um país de velhos. Para o geriatra Emilio Moriguchi, PhD em Medicina e coordenador do Núcleo de Geriatria e Gerontologia do Hospital Moinhos de Vento, de Porto Alegre, existem algumas fórmulas para se envelhecer com qualidade de vida e o papel do médico é fundamental nesse processo. 

Moriguchi, que também é professor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), participou recentemente da aula inaugural do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Ele apresentou para acadêmicos o retrato do envelhecimento no mundo, no Brasil e comentou sobre principais formas de se envelhecer com qualidade de vida. 

De acordo com o geriatra, em relação a outros países que já se preparam para prestar um bom atendimento a essa população, o Brasil está muito atrasado e permanece com um sistema de saúde ineficiente. “A área da saúde e em especial os médicos precisam estar prontos para orientar sobre o envelhecimento”, disse. A expectativa de vida da população masculina, por exemplo, é de 80 anos, e, conforme Moriguchi, é preciso garantir qualidade no tempo vivido após os 60 anos. 

Mundialmente, os países em que melhor se vive nessa faixa etária são economias consideradas desenvolvidas e que garantam para sua população ambiente propício, acesso à saúde, renda, segurança, empregabilidade e nível educacional. “Para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, a realidade é sombria para quem envelhece hoje”, avaliou. Para o palestrante, ainda são considerados altos os índices de idosos que vivem o restante da sua vida incapacitados.  

Envelhecimento saudável 
A chave para o envelhecimento bem sucedido, explica Moriguchi, está fracionada entre estilo de vida (53%), ambiente (20%), genética (17%) e acesso a tecnologia (10%). “Através desses dados podemos observar que o estilo de vida e o ambiente em que vivemos são os índices significativos e determinantes, até porque nos demais ainda não conseguimos influenciar”, disse. 

Orientações como qualidade na alimentação, porções pequenas de comidas, carnes brancas, vinho em pequena quantidade, verduras, legumes, frutas, soja, refeições leves no período da noite e muita água, seguem sendo pré-requisitos para se ter uma terceira idade produtiva, explicou o palestrante. 

O geriatra, que é coordenador do mais antigo estudo de coorte sobre longevidade e qualidade de vida no país, realizado na cidade Veranópolis, no Rio Grande do Sul, descobriu que, além da alimentação, a realização de atividades físicas moderadas, vida social ativa e desenvolvimento da espiritualidade também são extremamente importantes no processo de envelhecimento. “Rotina e disciplina completam as orientações para uma terceira idade saudável, pois auxiliam para a organização mental”, comentou. 

Moriguchi ainda chamou a atenção dos estudantes de Medicina sobre o novo conceito de envelhecimento. “A corrente atual entende que o envelhecimento começa a partir do momento em que se nasce e não mais após os 40 anos”, disse. Ele ainda apresentou o termo "gerontolescentes", definido por pessoas com mais de 60 anos, ativas, que se comunicam através das redes sociais, possuem uma postura positiva perante a vida e continuam planejando novos objetivos.
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