Um marco na história do Hospital Universitário São Francisco de Paula da Universidade Católica de Pelotas (HUSFP/UCPel) ocorreu na manhã de hoje (26). A instituição de saúde realizou seu primeiro transplante de órgãos, uma doação de rim entre vivos. O procedimento durou quatro horas e meia e marcou a implantação do órgão em uma menina de 16 anos, que recebeu o rim da própria mãe. O transplante foi considerado um sucesso e ambas passam bem.
A equipe de cirurgiões, anestesistas, médicos nefrologistas e grupo de enfermagem foi preparada durante quase um ano para o momento. Desde o ano passado o Hospital já era credenciado para realizar transplante renal e, a partir daí, vinha capacitando a equipe e montando a estrutura física necessária para o procedimento.
A receptora tinha insuficiência renal crônica e já fazia hemodiálise no HUSFP há seis meses. No meio da tarde de hoje (26), a moça já estava urinando, sinal de bom funcionamento do rim doado. No entanto, ela fica hospitalizada por aproximadamente uma semana. A mãe deverá ser liberada em um período compreendido entre 48h e 72h. Para serem protagonistas do primeiro transplante do Hospital Universitário, as duas passaram por uma extensa bateria de exames. “Foram amplamente investigadas”, explicou a nefrologista e integrante da equipe, médica Maristela Böhlke.
A partir de agora, outras duplas para realização do transplante renal entre vivos serão analisadas e o procedimento deve seguir sendo feito pelo HUSFP, aumentando a possibilidade de transplantes futuros. Atualmente está em fase final de implementação a lista de espera por rim de doadores falecidos.
De acordo com a médica, no Brasil existem cerca de 40 mil pacientes em espera por um rim. “Em grande parte esse número não diminui por falta de centros que realizem transplante renal. Para a comunidade, representa uma nova possibilidade. É uma conquista”, afirmou. Para ela, o momento evidencia também o avanço técnico do HUSFP e a competência em inauguração de uma nova linha de atuação complexa que aumenta a qualidade de vida e sobrevida dos pacientes. “É um avanço para a Região Sul”, comentou.