O Ministério da Saúde (MS) estima que, anualmente, cerca de 33 mil novos casos de hepatite sejam registrados no Brasil. Em escala mundial, somente a hepatite C já atinge aproximadamente 3% da população.
“Como a doença é assintomática, é preciso conscientizar a população a fazer exames laboratoriais frequentemente”, ressalta o professor do curso de Medicina da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Gustavo Real. Esta é uma época em que o tema costuma ganhar evidência, já que no dia 28 de julho comemora-se o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais.
Classificada em A, B, C, D e E, a doença causa infecção e inflamação no fígado, podendo, em casos mais greves, levar ao desenvolvimento de cirrose ou até mesmo de câncer. Os últimos levantamentos realizados pelo MS apontam que os três primeiros tipos da doença são detectados com mais frequência na população brasileira.
Os dados tornam-se mais preocupantes quando se fala na hepatite C, responsável por 70% das mortes decorrentes da contaminação por esse tipo de vírus entre 1999 e 2009.
Embora a hepatite C tenha pouca frequência de transmissão por via sexual, diferente do que ocorre com a de tipo B, outros fatores têm contribuído para o aumento na prevalência da doença. Além dos usuários de drogas injetáveis (pertencentes ao principal grupo de risco) e das transfusões que ocorreram antes de 1993 (época em que as bolsas de sangue não eram testadas e não se tinha ciência da hepatite C), fala-se hoje da transmissão inaparente. “O vírus da hepatite C pode continuar vivo mesmo estando fora do organismo, essa situação coloca a todos em situação de vulnerabilidade, caso não sejam tomadas as precauções necessárias”, explica Real.
O médico aponta exemplos do cotidiano, como o uso de materiais não esterilizados em procedimentos estéticos. “Uma simples ida à manicure ou a realização da tatuagem dos seus sonhos pode ser um fator desencadeador da doença, por isso é necessário conhecer bem os estabelecimentos que prestam estes serviços”, aponta. Ele ressalta, ainda, que o compartilhamento de utensílios comuns no uso diário, como giletes e escovas de dente, também podem levar ao aparecimento da hepatite C.
Dia Mundial de Luta Contra a Hepatite
No ano de 2010, por ocasião da 63º Assembleia Mundial da Saúde, o dia 28 de julho foi reconhecido oficialmente pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o Dia Mundial das Hepatites Virais. A data é uma homenagem ao nascimento do prêmio Nobel da Medicina de 1976, Baruch Blumberg. O pesquisador foi o responsável pelo desenvolvimento da vacina contra a hepatite B. A doença, em seus mais variados níveis, é considerada um dos maiores problemas de saúde pública no mundo.
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