O Laboratório de Estudos em Análise de Discurso, ligado ao Programa de Pós-Graduação em Letras da Universidade Católica de Pelotas (LEAD/UCPel), promove mais uma atividade de seu Ciclo de Palestras. A palestra terá o tema Deleuze e a estética do pensamento: um percurso entre o desejo e o ato de criação. O evento será realizado no dia 27, às 18h30min, na sala 309 G do Campus II.

O palestrante será o professor doutor Róger Albernaz de Araújo, do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense (IF-SUL Campus Pelotas).

A obra de Gilles Deleuze se faz valer de um lugar de destaque no campo da filosofia, principalmente no que se poderia nomear de uma filosofia contemporânea. Na composição de uma cronologia, pode-se traçar uma linha introdutória da produção de Deleuze, desde Diferença e repetição até O que é a filosofia?. Este procedimento produz um desenho, que ocorre entre um ponto de entrada e um ponto de saída, na produção de um espaço-tempo que ocupa o percurso entre o desejo de criação de Diferença e repetição e o ato de criação no percurso até O que é a filosofia?. Espaço-tempo constituinte e constituído da/na obra de Deleuze. Neste contexto, pretende-se percorrer um território vivo entre o capitalismo e a esquizofrenia; buscar ressonâncias da variação do desejo criativo de Deleuze em sua perseguição de uma nova imagem do pensamento. Isso se configura, produtivamente a partir do “Anti-édipo” com a constituição dos programas de procedimentos e das relações duplamente articuladas entre as máquinas que tramam os planos. Máquinas de Criação e Máquinas de Captura acopladas, contínua, simultânea e multiplamente na composição de acontecimentos. O que seria Mil Platôs: capitalismo e esquizofrenia se não um acontecimento? Ato de criação, que põe em funcionamento um programa de procedimentos, em que cada platô se repete em um outro território, desterritorializando e reterritorializando um determinado plano na busca pelo encontro com uma diferença. Uma estética do pensamento que vem a superfície em O que á a filosofia?, enquanto possibilidade de produção de um Plano de Imanência, na criação e conceptos e, de um Plano de Composição, na criação de afectos e perceptos. Plano da filosofia e da arte, respectivamente funcionado por entre personagens conceituais e figuras estéticas, que compõem um estilo. Isso, por entre acenos, perturbações, estranhamentos e atravessamentos de vozes e de referências; por entre Nietzsche e Espinoza. Também. Possibilidades de um estilo de vida, de mundo e de pensamentos permeados pela diferença.