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Pós-verdade e ausência de democracia no Brasil são debatidas na abertura da III Semana Filosófica
22.05.2018 | 11:51 | #filosofia
Pós-verdade e ausência de democracia no Brasil são debatidas na abertura da III Semana Filosófica
Até sexta-feira (25), acadêmicos dos cursos de Filosofia, Serviço Social e Teologia, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), poderão refletir e debater sobre os inúmeros contextos da filosofia – sob a perspectiva do ensino e da pesquisa - na III Semana Filosófica.

O evento, integrante das comemorações dos 65 anos do curso, recebeu para a primeira mesa-redonda o doutor em Filosofia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Alfons Carles Salellas Bosch, e o mestre em Filosofia e professor da UCPel, Matheus Soares Kuskoski. Os convidados falaram sobre Temas de filosofia política contemporânea.

Alfons abriu o debate lendo um texto de sua autoria, intitulado Confiança e pós-verdade: uma reflexão com Hannah Arendt – uma das filósofas políticas mais influentes do século XX. Em sua explanação, o convidado falou do impacto que a pós-verdade tem na política atual. Segundo ele, a mentira não é mais o grande problema, e sim a forma como a população reage, com indiferença e cumplicidade no lugar de indignação. “As pessoas estão preferindo agir por convicção, certezas ou crenças, mesmo que os fatos não correspondam”, enfatizou. 

Dando continuidade a reflexão, o professor da UCPel falou sobre aspectos da ausência da prática democrática no Brasil, a partir da perspectiva do texto Desobediência Civil, também de Hannah Arendt. Através de uma análise, a autora tenta compreender de que forma diferentes movimentos sociais obtiveram voz nos Estados Unidos, em busca de transformação, ao desrespeitarem determinadas leis.

De acordo com Kuskoski, o debate se mostra importante, principalmente na atualidade, porque o país vive um momento de várias rupturas e tensões políticas, quando várias medidas impopulares estão sendo tomadas. Não fechar as portas para as discussões promovidas por organizações do coletivo e criar uma cultura que privilegie o debate acima de trânsito ou ordem, por exemplo, são reações necessárias. “Quem faz isso, na maioria das vezes, não está querendo incomodar, mas promover uma discussão. Por vezes, esse é o único mecanismo que resta”.

A programação segue até sexta-feira (25), quando outros convidados serão recebidos para minicursos, mesas-redondas e palestras, realizados nos turnos da manhã e tarde, nas salas 407C e 410C. Confira aqui o restante da programação. 

Redação: Manuelle Motta
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