Segundo o Censo de 2010, aproximadamente 35 milhões de brasileiros (18,8%) declararam ter alguma dificuldade para enxergar mesmo com óculos ou lentes de contato. Em Pelotas, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), estima-se em 814 o número de pessoas totalmente cegas. Aqueles que apresentam grande dificuldade de enxergar atingem a marca de 11.452 e, os que possuem algum grau de deficiência visual, são ainda mais numerosos, chegando a um total de 52.044 indivíduos. Frente a este panorama, torna-se cada vez mais importante a formação de profissionais capacitados para trabalhar com esse grupo de pessoas. Compreendendo essa necessidade, a Universidade Católica de Pelotas (UCPel) está disponibilizando o curso de Pós-Graduação em Atenção ao Deficiente Visual. 

Voltado para estudantes, educadores e profissionais já atuantes nesse campo de ensino (ou que pretendam trabalhar com o atendimento a pessoas com deficiência visual), o curso, coordenado pela reabilitadora visual Simoni Peverada Triantafilu, procura oportunizar a qualificação profissional.

Entre as disciplinas ministradas, estão Fatores Clínicos da Deficiência Visual, Atendimento Educacional Especializado e Alfabetização em Braille. O curso abordará, ainda, Material Adaptado para Deficientes Visuais, Orientação e Mobilidade, Recursos Ópticos para Baixa Visão, entre outros temas, envolvendo, inclusive, aspectos psicológicos e contexto familiar, além de aspectos neurológicos da aprendizagem.

A experiência da Associação Escola Louis Braille é um bom exemplo de onde esses educadores podem trabalhar. A instituição possui dois braços de atuação: uma Instituição de Ensino e um Centro de Reabilitação Visual. Credenciado junto ao Sistema Único de Saúde (SUS), o Centro presta atendimento a 28 municípios da região Macro-Sul, 22 da 3ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS) e seis da 7ª. Voltado para o atendimento integral dos pacientes, o espaço estimula o desenvolvimento funcional da visão e a independência na execução das atividades cotidianas. São realizados diagnósticos, tratamentos e acompanhamentos, conforme as necessidades de cada um dos sujeitos que para lá se dirigem. “A intenção é melhorar a qualidade de vida não só do paciente, mas também de sua família”, explica Simoni, que, além de coordenar a pós-graduação, também atua junto à Escola.

Ela explica, ainda, que o principal objetivo do curso é especializar professores de Educação Especial e demais educadores nos campos da ação pedagógica inclusiva e da formação continuada. “Esse propósito é assegurado pelas disciplinas ministradas, já que elas se concentram tanto no estudo das diferentes concepções sobre as pessoas com necessidades especiais, quanto na fundamentação legal referente à Educação Especial voltada para pessoas com deficiência visual”, ressalta.

A duração do curso de pós-graduação em Atenção ao Deficiente Visual é de 18 meses, incluindo a monografia. As aulas ocorrerão predominantemente em três fins de semana por mês. Para mais informações sobre o investimento e a realização da inscrição acesse este endereço eletrônico.