Nesta segunda-feira (1°) foi comemorado o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. A Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, como também é chamada, é causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), que ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo contra doenças. Há alguns anos, o diagnóstico de AIDS era considerado uma sentença de morte. Hoje em dia, já é possível ser soropositivo e viver com qualidade de vida.
Com base neste tema, o Programa de Pós-Graduação em Saúde e Comportamento da Universidade Católica de Pelotas (PPGSC/UCPel) vem realizando estudos de relevância sobre a doença. No início deste ano, a doutoranda do Programa, Susane Passos, teve seu artigo publicado na versão online da revista científica inglesa AIDS Care. O trabalho Alta prevalência de risco de suicídio em pessoas vivendo com HIV/AIDS: Quem é de maior risco? trata dos fatores que tornam mais intenso o risco de suicídio entre os soropositivos.
Para chegar aos resultados da pesquisa, alunos do curso de Psicologia da UCPel e de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) entrevistaram pacientes do Serviço de Assistência Especializada em HIV/AIDS (SAE). Os resultados da pesquisa mostraram que 34,1% dos entrevistados apresentavam algum fator de risco de suicídio e 23,2% já tinham tentado se matar. Os índices são considerados altos, mesmo se comparados a qualquer outro tipo de doença crônica, como o alcoolismo e o câncer.
Em 2012, quando cursava Mestrado em Saúde e Comportamento pela UCPel, Susane fez sua dissertação baseada noutra pesquisa com portadores de HIV/AIDS. Orientado pelo professor Luciano Souza, o estudo Qualidade de vida em pacientes soropositivos de um centro de referência no Sul do Brasil também foi desenvolvido a partir de questionários obtidos no SAE.
A partir de sua tese de mestrado, a doutoranda vem produzindo mais dois artigos que serão publicados em breve. O primeiro é sobre a prevalência de sintomas ansiosos e depressivos em pacientes com HIV. Através do estudo, foi verificado que a prevalência de ansiedade nos pacientes com HIV/AIDS do SAE de Pelotas foi de 46,9% enquanto a prevalência de depressão foi de 34,4%. Os resultados mostraram também que os transtornos ansiosos e depressivos em pacientes HIV/AIDS estão vinculados a fatores específicos de vulnerabilidade social (como baixa escolaridade), comportamentos de risco (abuso/dependência de substâncias) e condições clínicas negativas. O segundo artigo é sobre o abuso e a dependência de drogas por pacientes com a doença.
De acordo com Souza, o estudo que está dando origem aos artigos e que irá compor a tese de doutorado de Susane tem como objetivo principal alertar as instituições da região para um maior cuidado com a doença. “A atenção primária aos pacientes do SAE e o conhecimento adquirido através das pesquisas acabam gerando também estratégias de prevenção contra a doença”, salienta.
Segundo o docente, o estudo desenvolvido através do Programa deixa o alerta para a prevalência do abuso de drogas e a vulnerabilidade social destes pacientes.
/ Notícias / Pesquisas sobre AIDS são realizadas por Programa de Saúde e Comportamento da UCPel
